O início do ano letivo traz boas perspectivas para a melhoria da qualidade do sistema educacional brasileiro. Os bons ventos
começaram a soprar em 2012, quando o Senado Federal aprovou o texto para uma nova legislação que limita em 25 o número de alunos por sala de aula para as turmas de pré-escola e dos dois primeiros anos do Ensino Fundamental. O documento agora passa pela Câmara dos Deputados e depois segue para sanção da presidenta Dilma Rousseff. As novas diretrizes para as séries iniciais contam com amplo apoio dos especialistas e são vistas como um importante passo para colocar o país no rumo das grandes nações.
A vigência da nova legislação provavelmente não vai ocorrer de imediato e exige grandes esforços de todas as esferas de governo por meio de um planejamento rigoroso das redes de ensino e capacitação de novos docentes para atender essa nova demanda, entre outras obrigações. Ainda nos resta muito trabalho pela frente para colocar esse imenso sistema para navegar adequadamente. Precisaremos ampliar, e muito, o número de salas de aula, e formar um exército de professores para as novas turmas.
Diversas experiências brasileiras já demonstraram a importância de adotar limites no número de alunos nas salas de aula. O sistema educacional cooperativista, por exemplo, preconiza para as escolas do ramo a oferta de uma educação de qualidade com custos justos, oferecendo classes reduzidas em todos os níveis educacionais. Por isso, muitas cooperativas educacionais se transformaram em modelos para outras instituições nessa questão. O resultado são alunos com melhor preparo para os desafios educacionais e a garantia de abertura de novas oportunidades de emprego para professores, indo ao encontro do que se quer estabelecer hoje com a nova legislação.
Os docentes, por sua vez, contam com melhores condições de trabalho nas cooperativas. Muitas delas, inclusive, são formadas por professores cooperados, que são os donos do empreendimento. Isso oferece novas oportunidades profissionais com a possibilidade de ampliar seus horizontes por meio de cursos e acompanhar mais detalhadamente o cotidiano dos seus alunos.
As experiências das cooperativas educacionais estão disponíveis para comprovar que, sem mudanças profundas no nosso sistema de ensino, o país não vai conseguir superar as suas dificuldades na formação de seus alunos e oferecer boas oportunidades de trabalho e renda. O destino está em nossas mãos e cabe a cada um reivindicar um futuro melhor para os nossos filhos.
Colaboração de: Marcos Henrique dos Santos - diretor do ramo Educacional da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) e Representante Nacional do ramo junto à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
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