• Após três anos seguidos de queda na produção, setor estima fechar o ano com 2,3 milhões de toneladas de peças fundidas, mesmo patamar de 2015
  • Para o diretor-executivo da ABIFA, Roberto João de Deus, o mercado não está mais em um “voo de galinha”, mas vive um crescimento sustentável
  • Brasil tem capacidade de produzir 4 milhões de toneladas de peças fundidas, 20% destinadas às exportações; setor deve faturar US$ 8 bilhões neste ano

 

 – Depois de um longo e difícil período com seguidas quedas, a indústria brasileira está retomando o seu crescimento. Ela começou o terceiro trimestre melhor do que o esperado e os consultores já fazem uma projeção de recuperação gradual nos próximos meses. Nesse cenário, qualquer índice positivo é comemorado. O mercado de peças fundidas, de acordo com a Associação Brasileira de Fundição (ABIFA), por exemplo, cresceu 7% no acumulado de janeiro a julho últimos e espera encerrar 2017 com um índice 10% maior do que em 2016, puxado principalmente pela demanda da indústria automotiva, que no primeiro semestre ampliou em 23,3% a produção de veículos em comparação com o mesmo período do ano anterior, como aponta a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

 

O índice de 10% de crescimento projetado para este ano pode até parecer pequeno, mas é muito comemorado pela ABIFA, que nos últimos três anos só registrou quedas na produção. Em 2014 o setor fechou com 2,737 milhões de toneladas de peças fundidas, caiu para 2,315 milhões no ano seguinte e chegou a 2,102 milhões em 2016. “Nossa expectativa é atingir os mesmos números de produção de 2015. E estamos muito confiantes nisso, pois já registramos sete meses de crescimento em 2017. Sinto que não estamos mais em um voo de galinha, mas vivemos um crescimento sustentável, que gera muito otimismo no mercado de fundição”, afirma Roberto João de Deus, diretor-executivo da ABIFA.

 

O crescimento sustentável mencionado por Roberto João é sentido pelos números mais recentes do mercado. Em maio, o setor produziu 185,4 mil toneladas de peças fundidas, 6,3% a mais do que o mesmo mês em 2016, quando registrou 178,3 mil toneladas. Em junho e julho últimos a produção atingiu, respectivamente, 190,8 mil e 195,9 mil toneladas, contra 181,5 e 176,5 mil toneladas nos mesmos períodos do ano passado. O Brasil tem capacidade de produzir, anualmente, 4 milhões de toneladas. Se mantida a produção estimada de 2,3 milhões neste ano, o país se manteria no ranking dos dez maiores mercados de fundição do mundo, que é encabeçado pela China (45,6 milhões de toneladas), seguido pela Índia (10,77 milhões), Estados Unidos (10,39 milhões), Japão (5,4 milhões), Alemanha (5,31 milhões), Rússia (4,2 milhões), Coréia (2,62 milhões) e México (2,56 milhões). Do que o país produz anualmente, cerca de 20% é destinado às exportações, especialmente para o mercado norte-americano (42,5%) e América do Sul (19,3%).

 

O setor de fundição é a base de toda a indústria e um dos principais termômetros da economia. De acordo com a ABIFA, o Brasil tem 1.167 empresas de fundição, que empregam cerca de 50 mil pessoas, 40% delas atuando com a fundição de ferro, 21% alumínio e 14%, com aço. Outras 25% das companhias trabalham com metais não ferrosos, cobre, zinco e magnésio. Juntas, elas foram responsáveis por gerar uma receita de perto de US$ 6,9 bilhões em 2015, número que se repetiu no ano passado. “Em 2017 devemos fechar com US$ 7,5 bilhões. E estamos muito confiantes em atingir a meta, pois a indústria automotiva, que representa mais de 60% das demandas do nosso setor, deve produzir 2,619 milhões de veículos, segundo a Anfavea, que representa 21,5% mais do que em 2016”, afirma o diretor-executivo da Abifa.

 

Projeto Foundry Brazil da Apex – Para aproveitar essa retomada do mercado de fundição, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), por meio de um convênio firmado com a ABIFA há 12 anos, promove, entre os dias 26 e 29 de setembro, durante a Feira Latino-Americana de Fundição (FENAF) e o Congresso Abifa de Fundição (CONAF), no Expo Center Norte, em São Paulo, a Rodada de Negócios Internacional no Projeto Foundry Brazil. Na ocasião, compradores de peças fundidas do exterior se reúnem com as fundições nacionais interessadas em aumentar suas exportações ou mesmo se lançar no mercado internacional.

 

O Projeto Comprador do Projeto Foundry Brazil – Convênio de Cooperação Técnico e Financeiro com a Apex-Brasil, contempla os vários segmentos do setor de fundição, como o automotivo, ferroviário, agrícola, mineração, energia e infraestrutura. Realizada pela última vez na edição de 2013 da FENAF, a Rodada de Negócios da Foundry Brazil registrou na época 151 reuniões entre 42 fundições nacionais e 11 organizações estrangeiras de sete países – Alemanha, África do Sul, Argentina, Canadá, Chile, México e Estados Unidos – que geraram exportações da ordem de US$ 25 milhões.

 

Todas as empresas cadastradas no Projeto Foundry Brazil são convidadas a participar, representando no mínimo três para cada comprador convidado e tem-se como meta a presença de no mínimo 8 compradores do exterior. Assim serão no mínimo 24 fundições brasileiras participando da ação. De acordo com o gerente-técnico da ABIFA, Weber Gutierres, dos encontros espera-se gerar algo em torno de US$ 20 milhões em negócios, principalmente com representantes de mercados como Estados Unidos, México, Colômbia, Chile e Alemanha.

 

SERVIÇO 

Evento: 17ª Fenaf e 17º Conaf

Local: Expo Center Norte, Pavilhão Branco
Endereço: José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme, São Paulo/ SP
Data: 26 a 29 de setembro de 2017
Horário: das 8 às 13h.

Mais informações: www.abifa.org.br

  

SOBRE A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FUNDIÇÃO (www.abifa.org.br)
A Associação Brasileira de Fundição (ABIFA) está presente no mercado há 48 anos, reconhecida mundialmente pela significativa atuação em seu setor. Presidida por Afonso Gonzaga, a entidade reúne as principais empresas brasileiras de fundição com o objetivo de incentivar o crescimento sustentado do setor, gerando e participando das ações necessárias para torná-lo forte e competitivo. Além de promover o desenvolvimento tecnológico das empresas de fundição, a ABIFA estimula debate sobre temas políticos, econômicos e sociais para a defesa do setor e seu crescimento comercial.

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