Mogusa, que deu origem ao termo moxa, vem a ser a própria planta mais comumente empregada para a realização da moxabustão, a Artemisia vulgaris ou também Artemisia argyii (nome alternativo ou que pode ser empregado de maneira similar) que em chinês é ? (ài), ou ainda ?? (ài yè), que seriam as folhas da artemísia. Vale dizer que em japonês a erva empregada na moxa é conhecida por Yomogi, ou mogusa (forma processada) como já descrito, como bem ressaltava o professor Antônio Cunha, especialista em acupuntura japonesa.
Antes de prosseguir, deve ficar claro que a artemísia tem sido o principal material empregado para a prática da moxabustão há milhares de anos na China, porém deve ser conhecido o fato de que outras ervas também podem ser empregadas, sendo que é muito comum a mistura de outras ervas, em menores proporções, em conjunto com a própria artemísia.
Esta aplicação é tão corrente que a Federação Mundial de Sociedades de Acupuntura e Moxabustão (WFAS) em seu manual de Manipulações Padronizadas de Moxabustão indica que a lã para moxabustão é vinda das folhas de artemísia que são processadas para criar uma substância amarelada similar a cashmere. Podendo ser separada em diferentes graus de acordo com sua delicadeza, sendo que a lã de moxa de melhor qualidade é normalmente para a prática da moxabustão direta, conforme indicado pela WFAS.
A Artemisia vulgaris L., do reino plantae, faz parte de um amplo e bastante diversificado gênero botânico com cerca de 200-400 espécies, todas pertencendo à família Asteraceae. Alguns textos descrevem a artemísia como sendo da família das Compositae. O sinônimo botânico é: Artemísia verlotorum Lamotte.
A Artemísia é uma planta ramosa e aromática, originária da Europa temperada, Ásia, norte da África, mas está também presente na América do Norte, onde é uma erva invasiva, cultivada em hortas e jardins como ornamental e medicinal. Ela apresenta porte herbáceo, tem 1-2 metros de altura e um caule angular arroxeado e de ciclo anual. Possui folhas com limbo de coloração verde na parte superior e branca na inferior. As flores são pequenas, de coloração branca ou amarela, agrupadas em inflorescências do tipo panícula terminal.
A Artemísia vulgaris produzida e coletada na região de Qizhou é conhecida por ser a de melhor qualidade para a prática da moxabustão, visto que o clima e o solo da região contribuem e muito para o crescimento da planta.
As folhas, parte empregada para a preparação dos cones ou bastões para a prática da moxabustão, da artemísia vindas de Qizhou são relativamente mais grossas com muito mais fibras. Desta forma, os cones de moxa e os bastões de moxa preparados com a artemísia vinda desta região são considerados como os de melhor qualidade para a prática da moxabustão.
Os chineses defendem que as folhas de artemísia colhidas na região de Qizhou são as que oferecem melhor qualidade. No entanto a artemísia pode ser considerada quase que uma praga, no sentido de fácil proliferação, o que faz com que ela possa ser colhida praticamente por toda a China.
No que diz respeito à visão ocidental e análise científica, foram identificados os seguintes constituintes químicos na artemísia: ácido antêmico, ácido fórmico, ácido isobutírico, ácido isovalérico, ácido málico, ácido succínico, ácido tânico, adenina, aldeído cumínico, aromadendrino, artemisina, artemose, borneol, cadineno, canfeno, cânfora, cimeno, cineol, colina, cumarina, estigmosterol, estragole, fechona, felandreno, fenol, fernerol, inositol, lamirina, limoneno, linalol, pineno, princípios amargos, quebrachitol, rutina, sabineno, sacarídeos, santonina, saponinas, sitosterol, taninos, tauremisina, terpineno, terpinoleno, terpineol, tujonabutiraldeído, tuiona.
Sob a ótica ocidental a Artemísia vulgaris possui as seguintes propriedades medicinais: amarga, anti-anêmica, analgésica, anti-diarréica, anti-epilética, anti-espasmódica, anti-hidrópica, anti-inflamatória, anti-malárica, anti-microbiana, anti-nevrálgica, anti-reumática, anti-séptica, calmante, carminativa, cicatrizante, depurativa, digestiva, emenagoga, estimulante, estomáquica, eupéptica, febrífuga, hepática, inseticida, reguladora da menstruação, repelente, sedativa, tônica, vermífuga.
Zhu Dan Xi, importante mestre, autor e praticante da Dinastia Yuan, também conhecido como Zhu Zhen Heng, resumia a ação da artemísia em uma simples sentença, muito bem colhida e reproduzida por Auteroche: “De natureza extremamente quente, ela faz circular para baixo, quando empregada em medicamentos e, para cima, quando empregada em moxas”.
Parte deste texto vem diretamente do livro do autor “Moxabustão Chinesa – A arte do fogo”.
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