Na edição passada escrevi sobre as quatro esferas de atuação do ser humano: física, emocional, mental e espiritual. Existem várias outras classificações, as vezes a esfera física é chamada de social, a mental de racional, a emocional de psicológica, etc...

O importante é perceber que quando conseguimos atuar com nosso corpo, emoções, pensamentos e espiritualidade nos sentimos inteiros.

Atualmente nas empresas se fala muito em competências: pessoais, da equipe, do negócio etc...

Existem muitas definições para competência, mas a mais usada em negócios vem de Claude Levy-Leboier: "Competência é aquilo que faz com que determinadas pessoas ou organizações obtenham destaque".

Esta definição pode ser aprofundada: uma pessoa ou organização é competente quando tem os conhecimentos necessários, a habilidade de fazer, a atitude correta e a visão sistêmica que permitem obter destaque.

Ou seja, competência é a soma de uma série de fatores.

O primeiro destes fatores é o conhecimento. Quem não conhece profundamente seu ramo de atividade, não consegue ser competente. Este até que é bastante óbvio... não? Afinal as pessoas se esforçam por estudar e se aperfeiçoar continuamente justamente em busca deste conhecimento.

O segundo fator é a habilidade: podemos constatar a importância disto em qualquer caderno de empregos, onde os anúncios pedem "experiência". Não adianta ter só o conhecimento, é preciso saber o que fazer com ele. Por isto a importância do estágio e a dificuldade para conseguir o primeiro emprego. Quanto maior a experiência, maior deveria ser a habilidade, o poder de fazer as coisas acontecerem.

Em terceiro lugar vem a atitude. Este não é tão óbvio assim, mas é tão ou mais importante que os anteriores. Não adianta saber tudo sobre cozinha, abrir um restaurante de primeira e tratar mal os clientes. O restaurante vai mal ou pode até fechar, por melhor que seja o cozinheiro. A atitude correta para cada tarefa ou tipo de negócio não é uma coisa que se aprende na escola, mas pode fazer toda a diferença na sua carreira. Em seu livro, "O Poder da Inteligência Emocional", Daniel Goleman cita uma pesquisa indicando que, nos hospitais de tratamento cardíaco onde o ânimo das enfermeiras está "deprimido", o índice de mortalidade é quatro vezes maior do que nos hospitais onde o estado das enfermeiras é de ânimo e motivação!#P#

Todo mundo sabe a diferença que faz tratar as pessoas bem ou mal, estar de bom ou mau humor, etc... A atitude correta faz toda a diferença no trabalho, define o nosso grau de inteligência emocional e normalmente é esquecida pelas escolas e universidades.

Uma pesquisa com 62 altos executivos das maiores empresas americanas mostrou que na experiência de todos eles, gerentes mal humorados e não colaborativos sempre traziam prejuízos à empresa!

Bom, você pode estar pensando: "Ok, já fiz todos os cursos da minha área, tenho bastante experiência, sou motivado, cooperativo e atencioso com as pessoas. O que falta para eu ser competente?”

Falta o último fator, talvez o mais importante de todos: a visão sistêmica. A capacidade de ver como o seu trabalho se encaixa no todo. E podemos entender o todo como sendo o seu departamento, sua empresa, sua família, o seu país, o planeta e a humanidade. Não adianta ter conhecimento, habilidade e atitude se os utilizarmos no lugar errado. Às vezes, por não conseguirmos ver o todo, nos esforçamos no lugar errado, fazendo coisas que não vão dar em nada.

Portanto, também é necessário perceber a melhor maneira de colocar a si e ao seu trabalho, o que só é possível com esta visão maior. Se você quer realmente ser competente, vai perceber que o seu trabalho tem que gerar prosperidade não só para você, sua família e sua empresa. Tem que gerar também para o seu país, seu planeta e todas as pessoas.

Deu para perceber o quanto temos que estar inteiros para podermos ser competentes? Nosso conhecimento está diretamente ligado à esfera de atuação mental, nossa habilidade à física, nossa atitude à emocional e nossa visão sistêmica ao nosso desenvolvimento espiritual.

Para ser competente esteja inteiro. E perceba que, com este conceito de competência, as empresas estão começando a agir também no plano espiritual.

Porque não são só as pessoas que precisam ser competentes. A empresa também. Uma parte importante do planejamento estratégico de qualquer empresa é definir as suas competências essenciais, aquelas sem as quais o negócio não sobrevive. E ao defini-las, definimos também como ela está inserida no mercado, na sociedade e no mundo.

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