Como muitos sabem tenho ao longo dos anos me dedicado ao estudo e às consultas de Tarô Cigano. Já publiquei livro, com certa audácia e felicidade redesenhei as cartas mantendo sua sabedoria primordial (símbolos), ministrei muitos cursos e palestras e no rádio na TV e na Web ele tem sido uma grande ferramenta de ajuda na análise do destino de muitas pessoas que me procuram.

Acho importante termos consciência de que este oráculo aparentemente simples, com fama de “fofoqueiro” mereça nosso respeito e atenção, assim como o estudo e a prática do jogo de Tarô Tradicional, Astrologia e etc.

Não sou do time de pessoas que o considera um baralho de menor importância, até porque ele nos oferece uma profundidade de interpretações que muitos leigos ou despreparados no assunto não conseguem apreender.

Uma consulta ao Tarô Cigano pode ser tão complexa quanto uma leitura a outros oráculos ditos mais “intelectualizados”. Cada carta merece que nos dediquemos muito – tenho a clareza de que sejam portais de grande exploração e descobrimento.

Além de falarem sobre aspectos importantes da vida (amor, dinheiro, trabalho, saúde, família entre outros temas), sua dimensão é a do autoconhecimento e aprofundamento da alma em busca da evolução e do crescimento pessoal.

Antigamente, tínhamos pouca literatura a respeito, mas hoje além de livros e artigos, temos à nossa disposição grupos e pessoas totalmente integrados e engajados em propagar a mensagem do Tarô Cigano como algo mais sério, mais bonito e mais útil do que simplesmente prever o futuro. Aliás, há de se registrar aqui que a cultura cigana tem muito a nos ensinar e o tarô ou baralho que faz parte deste grande legado é apenas uma pequena parcela de conhecimento dessa tradição tão misteriosa e fascinante a todos que delas se servem – ciganos ou não.

Um oráculo seja ele qual for, precisa servir de ponte de ligação entre os deuses ou o inconsciente como queiram chamar e a mente consciente, nos direcionando, aconselhando, aprimorando nosso Eu verdadeiro para a plena realização.

Conhecido como Baralho Cigano, Baralho Petit Lenormand ou Tarô Cigano como gosto de chamar, ele em seu conjunto testemunha o destino do homem com suas inúmeras possibilidades de realizações e aprendizados. É uma ferramenta necessária para também compreendermos o que está ao nosso redor e ligado a uma crença ou não, porque isso vai depender de cada tarólogo, é uma das artes divinatórias mais conhecidas em todo o mundo.

Concordo que existe a principio, uma simplicidade ao olhar os símbolos da natureza que nele se expressam, mas como já escrevi aqui – simplicidade não é sinônimo de algo raso. Para mim, o simples é até muitas vezes mais complexo, por isso quanto mais estudarmos o Tarô Cigano, mais descobertas faremos sobre sua potencialidade. Multicolorido, sua linguagem pode até ser mais “simples” porém, não menos profunda e há de se ter seriedade ao consulta-lo.

Por ser um oráculo muito popular e de cair nas mãos de pessoas que não o estudam devidamente, acabamos por ver deduções errôneas, conclusões simplórias e uma grande festa no qual cada um arma o circo que quiser e as pessoas fragilizadas por seus problemas e dúvidas não se dão conta de que estão diante de alguém despreparado para tal tarefa.

A coluna deste mês, está me servindo de desabafo e de bandeira para que os estudiosos do Tarô Cigano se posicionem (como têm feito de forma exemplar), mas também para alertar aos iniciantes de que engana-se, e muito, quem considera esse bom e velho amigo como um simples fofoqueiro dos acontecimentos diários.