As ordens do amor - Constelação Familiar
Texto de: Titi Vidal - Astróloga - (11) 3255-5068 - www.titividal.com.br
As constelações familiares, desenvolvidas pelo alemão Bert Hellinger, têm como principal fundamentação a necessidade de que determinadas ordens sejam seguidas dentro de cada sistema, a partir do familiar, para que exista paz e harmonia em nossa vida.
Um sistema familiar é nosso grupo familiar, e inclui todos que fazem parte da família: pais, filhos, avós, bisavós, e assim sucessivamente, até 21 gerações (ou mais).
Para Bert Hellinger, também fazem parte da família bebês natimortos ou abortados ou falecidos prematuramente, pessoas que de alguma maneira foram abrangidas pela “alma da família” (empregados que cuidaram de alguém da família, por exemplo), parceiros anteriores dos pais ou avós, tios, primos, meio irmãos, etc. Também fazem parte aqueles que fizeram algo de muito bom ou causaram um grave dano a alguém da família.
As ordens do amor são basicamente três: hierarquia, equilíbrio entre dar e tomar e pertencimento. Assim, por hierarquia podemos entender a necessidade de que cada um ocupe seu lugar em termos de precedência. Trata-se, portanto, de uma hierarquia cronológica, na qual quem veio antes precisa ser reconhecido como tal.
Sem esse reconhecimento e o respeito a isso, há um desequilíbrio no sistema. Isso significa, portanto, que os pais vêm antes dos filhos, assim como o amor entre os pais vem antes da relação pai-filho ou mãe-filho, primeiro filho vem antes do segundo e assim por diante. Vale frisar que essa é uma ordem de precedência, e não de importância.
A segunda ordem do amor é a necessidade de equilíbrio entre o dar e o receber, ou tomar, que deve existir em todas as relações. Funciona da seguinte maneira: um dá, o outro recebe e, de preferência, toma, porque tomar é mais ativo do que receber. Então, quem recebe fica grato e, de certa forma, em dívida. Portanto, dá de volta. Idealmente, dá um pouco mais e assim quem recebe dessa vez, fica com a dívida e irá retribuir. Isso gera um vínculo crescente no qual o amor pode crescer. Isso é vital para que um relacionamento amoroso, por exemplo, possa se tornar um compromisso e garantir que o amor permaneça eternamente na relação. Há uma exceção a esse equilíbrio, no caso da relação entre pais e filhos. Os pais são doadores e os filhos receptores. Ou seja, pais dão, filhos recebem. Os filhos retribuirão o que receberam crescendo na vida e, no futuro, dando a seus filhos. Só poderá dar e receber de forma equilibrada na vida quem pôde receber e soube tomar o que os pais deram. E de tudo que os pais dão o mais importante todos nós recebemos: a vida. Isso, por si só, já é ou deveria ser motivo de gratidão e respeito aos nossos pais, por mais que existam diferenças.
O dar e receber deve ser equilibrado mesmo no caso de danos. Quem recebe algo de ruim só pode encontrar paz e equilíbrio não só para si mesmo mas para todo sistema quando devolve o que lhe foi feito. Idealmente se retribui um pouco menos mal, para que esse ciclo vá se equilibrando e zerando, sem maiores consequências.
A terceira ordem do amor, igualmente importante, é o pertencimento, ou o que Bert Hellinger chama de pertinência. Todos que fazem parte da família tem o direito de pertencer. Isso inclui os que morreram precocemente, os natimortos, deficientes, os maus, os filhos abortados e outras pessoas para quem a família não quer olhar. É muito comum que pessoas sejam esquecidas porque lembrar delas traz sofrimento. Mas, enquanto não são lembradas e reconhecidas, o sistema não pode ter paz. E quando alguém é esquecido, ou excluído, está sendo negado a um membro a pertinência no sistema, e isso irá gerar uma necessidade irresistível do próprio sistema de restabelecer a integridade perdida e compensar a injustiça cometida. E como isso acontece? Alguém da família, provavelmente numa geração futura, ou várias gerações adiante, irá representar, ou imitar, o membro excluído. Irá seguir o seu destino. Com isso, provavelmente terá o mesmo destino do seu antepassado e, portanto, não poderá viver o seu próprio.
Na prática, vemos isso em famílias onde nenhuma mulher é feliz no amor, muitas pessoas ficam doentes ou já nascem com doenças graves, pessoas que não conseguem se realizar profissionalmente, etc. Isso porque nossa alma tem uma certa fidelidade à nossa família e se por exemplo muitas mulheres sofreram no passado daquela família, é como se para pertencer, essa mulher também precise sofrer. Mais do que isso, é como se para lembrar daquela que foi excluída, alguém precisasse reviver a sua dor.
Mortes trágicas e prematuras também costumam gerar culpa dentro do sistema e muitos da família podem se sentir culpados ao dizer sim à vida e, portanto, seguem esses antepassados no não, na morte, e como consequência vêm as doenças, os fracassos e os sofrimentos. O caminho é reincluir, olhando para os antepassados com gratidão, honrando seus destinos. Isso tem um reflexo positivo para todos da família. A ordem é restabelecida e ninguém mais precisa representar aquele que foi excluído. Como consequência, todos ficam fortes e podem seguir seus próprios destinos, dizendo um belo SIM para vida. E quando reina essa ordem do amor, portanto, o sistema e seus membros encontram paz. Quando damos a cada um seu lugar de direito, com reconhecimento, honrando seus destinos, estamos, portanto, em paz.
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