Cada um tem seu tempo, seu ritmo. Mas, apesar de todo mundo saber disso, parece que às vezes nos esquecemos disso e querermos encaixar tudo e todos em fórmulas prontas e tempos certos. Como se todos fossem iguais.

Mas não somos. Fato é que apesar de ciclos e trânsitos que se repetem para todos nós, cada um é único e tem seu mapa e ciclos pessoais. Mesmo os ciclos coletivos, geracionais, podem ser vividos de formas diferentes de acordo com o mapa e estrutura natal de cada um. Isso é nítido desde cedo, quando somos ainda crianças. Apesar das coisas acontecerem mais ou menos na mesma época (andar, falar, comer, desfraldar, etc), cada criança tem seu ritmo e vive um pouquinho antes ou depois. E isso não é um problema.

Cada um nasce com seu mapa astrológico e quando os ciclos coletivos acontecem, eles tocam partes e planetas diferentes para cada um. Por exemplo, por volta dos 2 anos, quando a criança em geral ganha mais independência e em geral começa a andar.Dependendo do momento, o primeiro retorno de Marte pode ser um pouco antes ou depois. Mas mesmo crianças que nasceram em datas próximas, isso pode ser diferente.

Por exemplo, uma delas pode ter um Marte mais forte, mais ativo, numa casa angular ou em aspecto com algum planeta pessoal importante, enquanto outra pode ter um Marte mais fragilizado ou pelo menos mais cauteloso. Quando Júpiter traz outro salto, por volta dos 3, 3,5, a mesma coisa. Mas quem mais define ciclos é Saturno, que ao mesmo define desenvolvimentos coletivos e individuais. Por volta dos 3 e meio, faz com que a criança se desenvolva e mude em vários sentidos. Aos 7, quando acontece a primeira quadratura, amadurece e apresenta responsabilidades pela primeira vez. Os dentes começam a cair, mostrando que as mudanças são estruturais, como Saturno é. Mudam as responsabilidades na escola e há um grande desenvolvimento. Saturno faz uma oposição, um aspecto bem forte e importante, por volta dos 14, marcando o início oficial da adolescência, momento em que o jovem começa a se diferenciar da família e precisa fazer uma série de escolhas.

Esses ciclos vão se repetindo ao longo da vida. Por exemplo, por volta dos 28 ou 29 anos, Saturno faz seu retorno, marcando um momento quase sempre importante e muitas vezes difícil na vida de todos nós. Mas, mais importante do que esses ciclos coletivos, é perceber os ciclos individuais. E também como cada um dos ciclos geracionais toca o mapa individual. Se estamos falando de um planeta forte naquele mapa, se já tem aspectos natais importantes reforçados pelo momento, etc. Por exemplo, viver um trânsito de SATURNO sobre seu Sol é muito mais forte e importante e decisivo do que o próprio retorno de Saturno, e isso pode acontecer a qualquer momento.

Ou, por exemplo, quem já nasce com Sol e Saturno em aspecto no mapa natal, sempre terá os dois ciclos ao mesmo tempo e isso será muito mais forte para aquela pessoa. Fora isso, cada um tem cada um dos planetas numa área da vida e ao viver um ciclo mesmo que coletivo, vai senti-lo numa intensidade e provavelmente numa área da vida ou assunto bem diferente. Além de tudo isso, dependendo da estrutura natal, estamos mais ou menos suscetíveis a cada aspecto, sabemos lidar melhor ou pior, aproveitamos ou temos mais ou menos dificuldades. Por isso, entre tantos outros motivos, temos que tomar cuidado com as expectativas e ao esperar que cada um vá viver na mesma época ou da mesma forma cada um desses aspectos. E é por isso que a presença de um astrólogo ao interpretar um mapa e momento astrológicos é fundamental, porque um todo precisa ser avaliado. E cada ser humano precisa ser respeitado individualmente, sem pressa, sem cobranças, sem pressão. Isso vale para crianças ou adultos, para as pessoas mais ou menos próximas.


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