Segundo o dicionário, a palavra amor significa: atração afetiva ou física, demonstração de zelo, carinho e ternura. Porém, existem pessoas que dependem desse amor: o sentimento passa a ser visto como uma fonte de sofrimento, pois prejudica a auto-estima e, em muitos casos, gera doenças e, até mesmo, pode levar ao óbito. Neste caso, isto não é amor, e sim codependência.
A base da codependência é o apego, sem ele, não há segurança, proteção e amor. As pessoas que sofrem desse mal, estabelecem relações problemáticas, onde a base não é o companheirismo, nem o amor e a intimidade. O desrespeito é mútuo e as diferenças entre os parceiros passam a ser vistas como deficiências.
O tema passou a ser estudado com mais atenção por volta da década de 1970. A partir do tratamento da dependência química foi constatado que não era só o dependente químico que precisava de ajuda, mas aqueles com os quais convivia também. O autocontrole e a fase de abstinência de drogas ou álcool eram desenvolvidos nas clínicas e hospitais especializados em dependência química. Porém, quando o dependente voltava ao convívio do seu núcleo familiar e social, ele tinha sua primeira recaída. Descobriu-se, então, que a vida das pessoas que convivem com dependentes químicos é afetada de tal modo que elas passam a desenvolver comportamentos, atitudes e o amor com base no apego, deixando de viver suas próprias vidas e dependendo afetivamente destas pessoas. Daí o nome codependente.
A característica presente na vida daqueles que dependem de afeto é a imaturidade emocional, a mesma que está presente na vida dos dependentes químicos de modo geral. A baixa tolerância ao sofrimento, à frustração e a ilusão de permanência são os combustíveis desta particularidade.
Os codependentes ou dependentes afetivos, como são chamados, trabalham nas mais diversas áreas: saúde, educação, serviço social, entre outras. Ocupam cargos de chefia, exercendo posições de liderança ou recebem ordens de seus superiores. “Mesmo que não exista dependência química no histórico familiar, qualquer pessoa pode desenvolver a dependência afetiva. Isto porque, a nossa cultura incute facilmente na mente das pessoas, formas e maneiras de nos escravizarmos em nome do amor”, explica o terapeuta de casais e famílias Paulo Tessarioli.
Então, todo mundo pode se tornar codependente? Todo mundo é dependente de afeto? Muitas pessoas são portadoras de traços da dependência afetiva, porém não quer dizer que venham a ser codependentes. Uma coisa é certa: muitos precisam rever, pensar e talvez reinventar a forma como se relacionam afetivamente com outros indivíduos. “Apegar-se a alguém para evitar a solidão ou a dor da perda é se distanciar de si mesmo e, muitas vezes, perder-se e se isolar de tudo e todos”, finaliza Tessarioli.
Dr. PAULO G. P. TESSARIOLI - Psicólogo com título de especialista em sexualidade humana (TESH), especialista em terapia de casais, famílias e grupos.
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