A pirâmide da faixa etária no Brasil mostra que a população jovem é maioria. Contudo, esta tendência vem sendo invertida a cada ano pelo aumento de pessoas com mais de 60 anos. De acordo com o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os idosos já são 14,5 milhões de pessoas no país. Isto corresponde a 8,4% da população.
Paralelo a isso, nos consultórios médicos do país se observa que os idosos não procuram apenas pela medicina terapêutica, mas também pela estética. O que surpreende os especialistas é a quantidade de idosos que se submetem a cirurgias plásticas.

A beleza sempre esteve ligada à juventude e ao vigor da vida. Nos filmes de Hollywood e nas revistas, o que se vê são jovens bonitos e saudáveis, e por conseqüência, bem sucedidos. É comum associar a conquista de um emprego e o desempenho na vida afetiva com a aparência física. Por essa razão, quem passou dos 60 anos, normalmente transfere esses valores para o afeto com a família, os amigos ou alguma atividade extra. Esta tendência, contudo, não é regra geral.

A motivação por fazer reparações estéticas e enfrentar os riscos de uma cirurgia na idade avançada pode ser explicada pelo perfil dos idosos. "A maioria deles tem condição financeira estável e pertence às classes A e B. Têm filhos independentes, são economicamente ativos ou aposentados com condições de viajar e aproveitar a vida. Por esta razão, pretendem exibir uma imagem mais preservada de si", afirma Dra. Deusa Pires Rodrigues, especialista em cirurgia plástica e membro efetivo da SBCP, Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

A flacidez facial é o principal desconforto de mulheres com idade avançada. A intervenção que corrige esse problema é a ritidoplastia, responsável por retirar o excesso de pele da face. Já cirurgia mais requisitada por homens da terceira idade é a correção das pálpebras, que elimina a pele e as bolsas de gordura ao redor dos olhos. Outros procedimentos muito procurados pelos idosos são a abdominoplastia, que estica a pele flácida do abdome, e a lipoaspiração, principalmente das costas e região abdominal, onde a tendência de acumular gordura aumenta com a idade.

O alerta dos especialistas é que após os 70 anos, os riscos de uma cirurgia se tornam bem maiores. "Antes do procedimento, o idoso deve ser cuidadosamente examinado e avisado sobre os riscos. Em decorrência do desgaste que as células sofrem com o tempo, a pessoa pode apresentar problemas ocultos, como o acúmulo de gordura nos vasos, que pode ser fatal durante uma obstrução, por exemplo", explica a especialista.

Segundo Dra. Deusa, com o passar do tempo, a estrutura cutânea se modifica, as células ficam escassas e as fibras de colágeno diminuem. A conseqüência disso são tecidos mais finos. "O que a plástica pode fazer é retirar o excesso e esticar a pele, mas não mudar sua estrutura interna, como se acredita", explica.

Para um efeito completar, é recomendável lançar mão de tratamentos conjuntos com a cirurgia. "Os peelings, por exemplo, estimulam a reorganização e produção de fibras de colágeno, induzindo a pele a um aspecto mais firme e saudável", afirma Dra. Maria Cristina Berlotti, médica pós-graduada em medicina estética e uma das médicas da Corporis Medicina Estética. Segundo a especialista, outra técnica recomendada é o preenchimento de rugas e sulcos, que podem ser feitos vcom botox e outras substâncias, de acordo com o problema do paciente.

Apesar dos cuidados adicionais e do aumento dos riscos, nota-se nos consultórios que a satisfação dos idosos antes e depois dos procedimentos é proporcional a de pessoas das outras idades. "Eles entendem as suas limitações. Assim, a auto-estima se eleva e eles se sentem mais seguros e motivados a sair, comprar roupas, namorar, enfim, viver", afirma Dra. Deusa.

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