Assim como nas histórias de antigamente, esta também começa com: Era uma vez...
É... Era uma vez um rapaz muito pobre que vivia no interior do Brasil, num determinado Estado, em uma cidade qualquer.

Apesar de ter energia elétrica e telefone comunitário na referida cidade, somente alguns habitantes privilegiados possuíam televisão e aparelho de som e, assim, quase a maioria da população vivia sem saber o que se passava pelo país e pelo mundo, pois também não existia qualquer jornal ou revista circulando na cidade, o que também era quase dispensável, pois a maioria dos habitantes era completamente analfabeta.

O nosso “herói”, que a partir de agora chamaremos simplesmente de “H”, não era exceção e mal e mal sabia escrever, ou melhor, desenhar o nome, apesar de já ter 17 anos.
O pai, empregado numa fazenda, a mãe cuidando dos filhos, cujo mais velho era o nosso “H”, levavam uma vida cheia de dificuldades, como só acontece a esse tipo de gente em nossa querida e amada pátria.

O nosso “H” era um jovem robusto (é inexplicável para a ciência como seres humanos vivendo sem o menor conforto e sem alimentação adequada, possam ser dotados de físicos hercúleos, por este abençoado país afora), cabelos castanhos claros, olhos de igual tonalidade, 1,75 m de altura, calado e observador, virtude esta dada a poucos e que devia ser pelo menos tentada pela maioria da nossa população.

Certa vez, quando o nosso personagem tinha apenas 14 anos, aconteceu algo que iria trans-formar sua vida: na fazenda que trabalhava com o pai e dois irmãos menores; 10 e 12 anos (“H” começou a trabalhar na roça aos 5 anos), foi dado um grande almoço para algumas pessoas que ele nunca tinha visto, mas que com certeza eram muito importantes, pois seu patrão não economizava elogios nem gentilezas aos visitantes, especialmente a um determinado, que todos cumprimentavam e viviam a dar “tapinhas nas costas” do dito cujo.

Mais tarde ficou sabendo que aquele homem era candidato a um cargo eletivo e viera na região tentar obter votos para a sua candidatura.

Claro está que “H” não fora convidado para o banquete, mas ajudou da forma que pôde na elaboração do almoço festivo.

Lá pelas 3 horas, quando todos já estavam satisfeitos do “belo almoço”, alguém sugeriu ao candidato que fizesse um discurso. Palmas ecoaram, como que aprovando a idéia. “H” escondeu-se num canto, entre a cozinha e o alpendre da casa e pôs-se a ouvir o orador que falava palavras que ele não entendia, mal tinha a certeza de serem brilhantes e compreendidas por todos, mas que com certeza deveriam ser, pois de tempos em tempos, eclodiam palmas em profusão.

Quando o candidato terminou seu discurso, foi enormemente aplaudido e cumprimentado por todos os presentes. O nosso herói disse baixinho para si: “Eu vou ser igual, ou melhor, que ele”.

Nunca mais tornou a ver o político ou ouvir qualquer coisa sobre ele, a não ser que havia ganhado as eleições, porém aquela imagem de homem de sucesso e a frase que pronunciou naquela tarde, jamais lhe saíram da cabeça.

Como disse anteriormente, “H” tinha 17 anos e era um belo rapaz, trabalhador, honesto, dedicado à família e introspectivo, coisa que lhe valeram algumas observações, tanto do pai como da mãe, que por vezes confabulava com o marido sobre o comportamento quieto e taciturno do filho.

Um belo dia, após chegar do trabalho diário e ter-se lavado para o “jantar”, com os dois irmãos presentes, o nosso “H”, enquanto comia os feijões com farinha e água, disse resoluto: “Vou aprender a ler e a escrever”.

Os pais se entreolharam, os irmãos pararam de mastigar e o silêncio foi rompido pela irmã “S” de 13 anos, que começou a rir, tapando a boca com a mão, olhando para os presentes, fazendo com que o outro irmão a imitasse, menos o pai e a mãe, é claro, que continuaram sérios olhando o filho, que a todos mirava, não demonstrando qualquer reação ao riso dos irmãos.

O pai rompeu o silêncio e perguntou:

- E onde você vai estudar?
- Na cidade – disse altaneiro – fiquei sabendo que à noite vai começar um curso de alfabetização para adultos. Já me matriculei.
- E o trabalho? – Perguntou o pai.
- Não tem problema – respondeu “H” – as aulas começam às 7 horas e terminam às 10. Há tempo pra tudo.

O pai assentiu coma cabeça e olhou para a mãe que mantinha um ligeiro sorriso no canto da boca, como que adivinhando, ou melhor, entendendo algo que só as mulheres e principalmente as mães têm capacidade para tal.

Não é meu intento fazer um romance ou encher todas as páginas deste jornal falando das minúcias e dos detalhes do dia-a-dia do nosso personagem a partir do dia em que ingressou na escola, mas dizer que, a partir desse momento, sua vida mudou completamente.

Vamos abrir um parêntese na nossa história para ilustrar alguns fatos e dissertar sobre assuntos inerentes à narrativa.

Disse Francis Bacon: “O homem deve criar oportunidades e não somente encontrá-las”.
Mário Benedetti acrescenta: “Se uns caminhos estão fechados, é necessário procurar outros. No caso de não existirem, é preciso abri-los”.

Absolutamente nada acontece na vida material sem que antes não tivesse sido concebido na mente. Deus nos deu um poder ilimitado, deu-nos recursos infinitos que só serão postos a trabalhar em nosso favor quando tomamos consciência desse poder oculto, desses infinitos poderes celestiais.

É essa consciência do poder divino que cria o “poder material”. Nós já possuímos aquilo de que somos conscientes. Quando começamos a criar mentalmente o que desejamos, forças misteriosas começam a trabalhar para a realização desses desejos, na mesma intensidade do conhecimento que tivermos dessas forças.

Deus não pôs limites à capacidade de fornecimento para nosso benefício. A limitação do fornecimento de bens à nossa existência é criada na nossa própria mente limitada e não na Consciência Divina. Por isso devemos deixar de pensar em coisas pequenas, modestas se quisermos atrair as contrárias, ou seja, se queremos ser vitoriosos, vencedores, devemos agir como tal, pensar como tal e, com certeza, o triunfo chagará, cedo ou tarde, conforme o nosso conhecimento.

Uma das razões por que a maioria dos seres humanos leva uma vida miserável, oprimida, mesquinha e sem qualquer vislumbre de sucesso, reside no fato de que a mentalidade negativa, as dúvidas, os medos, os tormentos e a falta de fé atraem essas condições.
Existem milhares de pessoas que passam a existência tentando uma vida feliz, próspera, saudável, livre do pensamento negativo, destruidor, mas sempre neutralizando o efeito do seu trabalho. Entregam-se a tormentos, medos, a invejas, a pensamentos de ódio e vingança; e a sua habitual atitude mental destrói-lhe a saúde, o desenvolvimento e as possibilidades criadoras.

Lembre-se: tudo se constrói primeiramente na mente antes de ser realidade. Só existe um meio de sair da miséria: dar-lhe as costas. Devemos enveredar pelo caminho direito expulsando o pensamento e o medo da miséria. Devemos assumir o mais rapidamente possível uma aparência próspera; pensar no caminho que devemos seguir; confiar, ter fé que obteremos aquilo que desejamos e, com certeza, o obteremos.

 

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