Chega a equipe que fará uma entrevista comigo para um programa de televisão. O tema é Astrologia e apesar de já saber de antemão que também querem saber sobre superstição, estou tranquila porque já falei que superstição e Astrologia não têm nada a ver uma coisa com a outra e eles me dizem que não vão mais perguntar sobre isso. Logo que entra em meu espaço, o cinegrafista fica fascinado com um elefante que enfeita a entrada já vai logo perguntando “você tem superstição com elefante?” Ao que logo respondo “ não, esse uma amiga querida trouxe de “África do Sul de presente”. Tudo tranquilo, perguntas razoáveis, entrevista gravada. No dia em que iria ao ar estou em frente à televisão e eis que cada entrada minha foi precedida por uma imagem do elefante com uma música meio “mística”, meio “esotérica”, meio convidando ao mistério. Outra vez foi um repórter que pediu para deixar minha “bola de cristal” na mesa, enquanto respondia perguntas sobre astrologia mundial. Programa jornalístico, canal “sério”. O cristal em forma de bola, que nada tem a ver com uma bola de cristal capaz de prever o futuro foi o grande protagonista da entrevista.

Agora eu já sei que tenho que esconder o cristal se vou dar uma entrevista no meu espaço. Dia desses recebi um convite bem legal. Um salão de beleza chique, moderno, descolado, para falar sobre Astrologia. A ideia era explicar o que é Astrologia (o que para quem não tem ideia de sua complexidade acha algo bem fácil de se fazer) e contar um pouco sobre o que é um mapa astrológico, o que inclui, como fazer etc. Semanas depois, me pediram se podia também falar sobre as previsões para o ano e como eu já tinha mesmo escrito sobre isso, claro que topei. Véspera do evento, a moça me manda um WhatsApp perguntando se estava tudo certo pra minha apresentação e para fazer os mapas de todas as mulheres que estivessem lá. Com muito espanto, respondi perguntando se tinham fornecido previamente os dados de nascimento e expliquei que era impossível falar sobre o mapa de todas sem tempo suficiente para isso. Também expliquei que para calcular um mapa precisamos de dados importantes, que consistem em data, horário e cidade de nascimento, e que não só é necessário calcular o mapa num programa de computador específico, como precisaria analisar e num evento como esses apenas poderia falar o básico (vejam que a ideia seria falar em 2 horas sobre tudo que é astrologia, o que é mapa, a previsão para os 12 signos e os mapas de todas as presentes).

Depois que expliquei a moça logo me falou que então tudo bem e que as previsões para os signos deveriam ser suficiente. Fui tranquila para o evento. Assim que chego no local a dona logo vem perguntar onde eu gostaria de ficar para fazer os mapas das participantes e me avisando que eu só sairia de lá quando tivesse feito todas. Com educação logo expliquei que era impossível e que eu podia calcular os mapas de quem tivesse os dados e contar pra elas seus signos solares, lunares e ascendentes, para que pudessem acompanhar minha apresentação, na qual eu explicaria bem detalhadamente a estrutura e significado de cada signo. Como se não bastasse tudo, praticamente nenhuma das participantes tinha o horário de nascimento. Bom, no fim deu tudo certo e apesar do choque de algumas delas quando contei sobre a origem e significados da astrologia, já que boa parte delas achava que Astrologia limitava-se ao seu signo solar e ao horóscopo de jornal. Claro que pra mim isso não foi surpresa, já que parte da minha pesquisa de mestrado girou em torno disso. Mas, mais uma vez, confirmou como a Astrologia é algo ainda desconhecido e mal compreendido por boa parte da população. Curiosamente e em certo contraponto a isso, parece que estamos vivendo um momento em que a astrologia virou moda. Quase todo mundo acha que sabe astrologia. Os sites disponíveis fornecem conteúdos suficientes para que muita gente saiba um pouco mais do que o signo solar. Muitos já sabem seus ascendentes e sabem também que temos outros planetas e pontos importantes a considerar quando estamos falando sobre mapa astrológico. Em paralelo, crescem as páginas e canais sobre astrologia nas redes sociais, muitos deles sem um astrólogo de fato por trás.

Outros canais, ou páginas, de outros assuntos, vira e mexe colocam ali astrologia, para dar uma apimentada na audiência e atrair as pessoas que adoram falar sobre seus signos. Em sua maioria, tratam dos estereótipos, mostrando como cada signo lida com determinada situação, como cada signo faz alguma coisa, como seria alguma coisa de cada signo e assim por diante (ou seja, mais do mesmo). Muitas dessas pessoas, ingenuamente acham que assim estão ajudando a divulgar a astrologia, sem perceber que continuam reforçando o estereotipo que o horóscopo já cria e que apesar de por um lado divulgar a astrologia, apresentando ao público leigo, por outro é um dos grandes motivos das pessoas seguirem achando que astrologia é algo bobo, sem sentido, um estereotipo, algo inventado, ou algo místico, esotérico. Além disso, crescem as pessoas que fazem cursos rápidos (ou simplesmente fazem pesquisas na internet) e saem postando absurdos sobre o tema, como se soubessem mesmo das coisas. Pior ainda, tem gente que já sai atendendo, ensinando, dando conselhos, ainda que apenas no mundo virtual.  O fato é que se por um lado cresce a possibilidade de conhecer e aprender de fato Astrologia, por outro cresce a divulgação aleatória do assunto, e muita gente dissemina conhecimento ruim, ainda que com boa intenção, achando que com isso ajuda a divulgar o assunto. Enfim, teria muito mais para falar sobre o assunto e posso fazer em outros momentos, mas já fica um alerta para pesquisar um pouco mais a respeito e saber o que realmente faz ou não sentido e, se for falar ou escrever, ou divulgar algo a respeito, procure um astrólogo, faça um curso sério, busque uma consultoria a respeito.

E se você está buscando algo nesse sentido, para saber mais sobre você, cuidado. Busque profissionais sérios, astrólogos de verdade (existem muitos ótimos!).
A Astrologia agradece.

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