Dados do hospital Albert Einstein, de São Paulo, apontam que no Brasil cerca de 2 milhões de pessoas sofrem com insônia, distúrbio que prejudica o adormecer ou impede a pessoa de permanecer dormindo.

As causas são variáveis: problemas físicos, como artrite e insuficiência cardíaca; ou psicológicos, como estresse, depressão e ansiedade



“A insônia pode ser considerada doença de origem comportamental ou um sintoma relacionado à presença de condições predisponentes, como dor, alterações ambientais, doenças de cunho clínico ou psíquico”, confirma o neurologista R. Nonato D. Rodrigues, secretário do Departamento Científico de Medicina do Sono da ABN (Academia Brasileira de Neurologia).

Para o tratamento é necessário conhecer a causa, e os medicamentos tem de ser receitados no início do tratamento para insones que tenham outras doenças e para pacientes com insônia situacional aguda.

“Infelizmente a tal regulação do sono via administração de remédios age mais como elemento auxiliar no verdadeiro tratamento da insônia. Há basicamente drogas que aceleram a entrada em sono e tentam estabilizá-lo e outras que o inibem. Além disso, algumas medicações utilizadas para outros tratamentos, como os transtornos psicológicos-psiquiátricos, podem influenciar o sono”.

Os medicamentos reduzem o tempo de espera pelo sono, mas podem não apresentar efeitos duradouros no restante da noite, inclusive ocasionando uma superficialização e fragmentação do adormecer.

Como todas as medicações, os remédios para a insônia podem causar danos, por isso é preciso ficar atento e jamais se automedicar.

“Certas medicações, quando usadas de maneira recreativa e em alta frequência, podem induzir dependência, tolerância (necessidade de doses maiores para se obter o mesmo efeito), embotamento da atenção ou da memória. Como alguns são também relaxantes musculares ou depressores respiratórios, podem agravar quadros limítrofes de síndrome da apneia do sono, por exemplo”, ressalta Rodrigues.

Fora os medicamentos que ajudam a combater a insônia, o paciente pode ser submetido à terapia.

“O tratamento mais eficaz para as diversas formas de insônia vem, há muito, sendo realizado pelas diversas técnicas de Terapia Cognitivo-Comportamental. Os resultados estão apoiados em extensas evidências. Parece ter eficácia aumentada em longo prazo quando associada temporariamente ao uso de hipnóticos, preferencialmente não-bezodiazepínicos”.

Para obter resultados positivos em um tratamento da insónia, é vital determinar a causa. “A partir daí temos um tratamento e um prognóstico mais acertados. O grande problema é que entre os médicos ainda existe certo desconhecimento do caráter comportamental subjacente a muitos episódios de insônia e uma excessiva confiança no uso de medicações apenas para tratar o problema”, ressalta Rodrigues, que dá dicas para evitar hábitos que influenciem na hora de dormir:

“Nada de utilizar aparelhos eletrônicos em local que deveria estar reservado para dormir, manter uma rotina na hora do sono, com horários e local adequados para dormir, não fazer uso de bebidas cafeinadas ou álcool à noite, e evitar o sedentarismo”.


Fonte: R. Nonato D. Rodrigues, secretário do Departamento Científico de Medicina do Sono da ABN Academia Brasileira de Neurologia


Participe do grupo do Jornal O Legado no Facebook - clique aqui

 

Você já leu a edição deste mês do Jornal O Legado Corpo e Mente? Clique aqui para ler
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

 

Quer ler a edição do mês passado? Clique aqui e leia gratuitamente.

© É proibida a reprodução, cópia, republicação, redistribuição e armazenamento por qualquer meio, total ou parcial © Copyright 1992 a 2024
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
As informações relacionadas à saúde, contidas em nossos sites, tem caráter informativo, cultural e educacional. O seu conteúdo não deverá ser utilizado para autodiagnóstico, autotratamento e automedicação. Nossos conteúdos são formados por autores independentes e assessorias de imprensa, responsáveis pela origem, qualidade e comprometimento com a verdade da informação. Consulte sempre um profissional de saúde para seus diagnósticos e tratamentos ou consulte um profissional técnico antes de comprar qualquer produto para sua empresa.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
As informações publicadas, nos sites/portais, são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da
 IAOL - Integração Ativa On-Line Editora Ltda. WhatsApp (11) 98578-3166