Hatha Yóga LXI



Introdução

No capítulo precedente abordamos o Hatha Yóga e suas excelentes práticas para beneficiar a visão e para sanar diretamente problemas na visão. Mostramos como isto pode ser feito, a estrutura das práticas adequadas para tal e como realizá-las corretamente, mesmo para quem nunca praticou. E sem nenhum tipo de risco ou efeito colateral. Além do mais, sem a necessidade da utilização de nenhum equipamento ou recurso especial.

Neste capítulo, iremos descrever algumas realidades prementes que podem afetar de forma direta a natureza, personalidade e comportamento das pessoas, a partir de elementos, contextos e situações reais, concretas que ao longo das eras, transitam pelo mundo e que tem a capacidade ou o poder de alterar a vida de cada ser, quando não são conhecidas e adequadamente controladas ou dominadas.

Claro que o controle ou o domínio de tais forças, deve ser exercitado diariamente. Quando conhecidas e, na medida do possível, mantidas em constante equilíbrio. Portanto, para tal é necessário conhecê-las e saber interagir com as mesmas, na medida em que estas se encontram em transito constante na vida e no cotidiano de todos os seres que habitam o mundo.

Em outros capítulos já abordamos tais elementos, porém de forma mais geral e não tão específica quanto aos seus efeitos, como será feito neste capítulo atual. Pois a sociedade como um todo tem que conhecer mais a fundo tais forças ou energias primais e como as mesmas causam alterações complexas e delicadas na só na vida de cada um, mas também na vida e no complexo eco-sistema de todo o planeta. Tanto para o lado positivo e benéfico, caso haja um necessário equilíbrio nestas, quanto para o negativo ou maléfico, caso haja um desequilíbrio nestas, como vemos atualmente nesta Era, que vários textos clássicos antigos, classificam como Kali Yuga ou Idade das Trevas da ignorância.

Desenvolvimento

Detalhes importantes de uma história muito antiga

Os primeiros quatro textos ou livros escritos na mais distante antiguidade, chamam-se Vedas, e são o Rig Veda, o Yajur Veda, o Sama Veda e o Atharva Veda. Os mesmos tem por volta de 15.000 anos aproximadamente, são extremamente longos e contém toda a história passada, presente e futura do que se convencionou chamar erroneamente de humanidade.

Em todos eles, em especial no Rig Veda, vem um elaborado conceito da Criação, denominado Shristi, onde se descreve como teve início a Criação, e qual deveria ser a função da mesma. Porém, também é descrito ali, que tudo no universo é cíclico e que passa por distintas fases ou eras de transformações ou alterações, das mais diferentes naturezas.

Em outros termos, lá, sob o conceito da Criação, vem também o ensinamento que tudo nos múltiplos universos, esta sob os efeitos celestes das Leis Quânticas, das energias transformacionais das partículas de luz, suas ressonâncias, suas diferentes forças gravitacionais, seus campos de forças gravitacionais e outras e consequentemente, seus múltiplos desdobramentos.

Num outro ponto, os Vedas, de diferentes formas, abordam também a Graça Salvífica, ou Graça Celestial ou Potência Salvífica, como forças enteais libertadoras tanto da Roda de Samsara do mundo, ou Roda da Ilusão que ilude e cega a humanidade, quanto da Roda de Samskara individual, ou Roda de Ilusão que ilude e cega uma pessoa nas suas diferentes transmigrações na sua Linha de Existência ou Linha de Karma.

Buscando as origens das transformações e mutações – as Trigunas

Bem após os quatro Vedas serem escritos e codificados, há aproximadamente 5.000 anos ou mais, foram escritos outros textos clássicos também de alto valor, em termos de decodificação tanto dos Vedas quanto de outros textos próximos aos mesmos, como os Upanishads, os Aranyakas, os Brahmanas e os Mantras cósmicos.

Entre vários textos de decodificação necessários e fundamentais, vamos encontrar o Samkya e o Yóga, mais especificamente o Yóga Sutra de Patanjali.

É, é exatamente nestes dois textos que vamos encontrar os conceitos e as definições do que são as Trigunas, Tamas, Rajas e Satvas. Mostrando como as mesmas são formas de vibrações ou de energias ou de partículas, que embora tenham estrutura própria cada uma, com seus determinados modus operandis, por outro lado, geram situações variáveis, flexíveis, mutantes e mutáveis.

As mesmas, ao longo de cada uma das quatro eras propostas nos textos clássicos acima citados e em diversos outros, atuam em diferentes proporções.

Por exemplo, no primeiro ciclo ou era, chamado Era Dourada, predomina em completa escala Satvas. No segundo ciclo ou era, chamada Era da Prata, surge em pequena escala Rajas. No terceiro ciclo ou era, chamada Era do Bronze, predominam em igual escala, tanto Satvas, quanto Rajas, quanto Tamas. No quarto ciclo ou era, chamado Era do Ferro ou das trevas da ignorância, predominam em igual escala Rajas e Tamas e em minúscula escala Satvas.

Aspectos ou definições das Trigunas Tamas, Rajas e Satvas

Essas três forças ou energias primais, atuam sobre Prakriti a matéria primordial, agora amplamente transformada pelas mãos degradadoras do gênero homem, em toda a sua sanha equivocada e descontrolada para tentar dominar a natureza.
Estas três forças atuam também não só sobre a natureza, quanto sobre todos os seres que nela habitam, e causam diferentes tipos de alterações nos mesmos, dependendo nos seus efeitos, de qual das forças isoladamente ou compostas, que predomina ou predominam num dado momento.

Tamas é conceituado como pesado, denso, inerte/inércia, ignorante e trevas.

Rajas é conceituado como agitado/agitação, ativo, paixão, movimento constante.

Satvas é conceituado como equilibrado/a, luminoso/a, calmo/a, sábio/a, espiritual, equilíbrio.

A partir do momento que analisamos estes tipos de energias quânticas e outras inúmeras que com elas atuam e interagem, definitivamente, temos que buscar mudar, transformar os atuais paradigmas de visão de mundo, com seus pensamentos, sentimentos, emoções e atitudes equivocadas e atentamente refletirmos, sobre tudo o que nos é apresentado e oferecido como uma verdade.

Temos que refletir profundamente e descobrirmos por nós mesmos, que a simples adaptação do modelo ou estrutura rizomática que nos oferecem como uma realidade, não passa de uma imensa ilusão.

Que o modelo ou estrutura convencional e epistemológica que tentam nos impor como um modelo de realidade ou de possível verdade, definitivamente, não nos mostra a natureza como ela realmente é, muito diferente do que pensamos, vemos, ouvimos e sentimos.

E para chegarmos a uma visão próxima à realidade como possivelmente ela deve ser, temos que buscar a unidade na diversidade e buscar a diversidade na unidade. Que no fundo, seria uma maneira de buscarmos um equilíbrio em todas as nossas ações e conseqüentes reações.

Todavia, para chegarmos a isto, a dita humanidade, e em especial o gênero homem, vai ter que superar sua principal e mais poderosa inimiga que é ignorância, com todas as suas conseqüências como os dogmas, as crenças, os mitos, as superstições, os fanatismos, os preconceitos.

 E acima de tudo, o filho dileto da ignorância, o medo único, que se apresenta na forma de sub-medos e que alimenta na realidade, o mais profundo desconhecimento espiritual do “EU” ou “Atmam”.

Na força da ignorância reside o perigo – Trigunas

A partir do momento em que se conhece as definições das Trigunas e como as mesmas atuam invisivelmente, é possível buscar o equilíbrio entre aquelas, por meio das práticas corretas ou adequadas do Hatha Yóga, ou mesmo um controle parcial sobre elas. Seja sob o ponto de vista dos sentimentos, dos pensamentos, das emoções, das ações.

E para isto, faz-se muito importante, expor o que resulta da ignorância, quando as forças ou elementos primais Tamas e Rajas, estão em predomínio ou no controle da natureza, personalidade e comportamento de uma pessoa ou da própria sociedade.

Sem uma ordem de prioridade especial, temos como resultado da ação pesada de Tamas ou Rajas, ou do entrelaçamento das duas, algumas formas de outras forças ou energias, definitivamente, sempre originadas da Ignorância.
São elas, entre outras filhas diletas da ignorância: arrogância, ambição desmesurada, avareza, acomodação, crenças/crendices, cobiça, dogmas/dogmatismos, egoísmo, egocentrismo, estereótipos, falsidade, fanatismo, falta de fé, frivolidade, futilidade, ganância, gula, inveja, insegurança, luxuria, libidinagem, maldade, malícia, má fé, medo, miséria espiritual que gera a miséria material e mundana, ódio, ostentação, perversidade, preconceito, prepotência, preguiça, procrastinação, paixão, rancor, superstição, tristeza, temor, vaidade e vícios em geral.

Pré conclusão

Em uma era onde predomina a ignorância, não significa que ainda não exista a pureza e a bondade. E o poder das mesmas são infinitamente superiores ao poder da ignorância, mesmo considerando-se todos os complexos desdobramentos da ignorância em Kali Yuga.

Também há uma série de possibilidades para se combater todas estas formas de desequilíbrio que podem afetar de maneira desnecessária a natureza, personalidade e comportamento.

Entre estas, podemos citar aquela que consideramos a mais potente e poderosa forma de combater de maneira equilibrada tudo isto, a prática direta do Hatha Yóga, com toda sua ampla gama de exercícios das mais deferentes naturezas e que trazem benefícios constantes e duradouros.

Há uma antiga poesia que diz que, o Yóga é como o amor, abre sorrisos, transforma desejos, traz alegria e saúde, dá boas energias e traz paz às pessoas. Experimente!   

 

 

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