Idosos usam cada vez mais internet no Brasil



Há um número cada vez maior de usuários da terceira idade ativos no universo digital. A internet passou a ser um meio para suprir a solidão ou apenas um complemento da vida quotidiana. É uma nova forma de distração, comunicação e aprendizagem. Um novo mundo que abriu novas portas àqueles que têm mais tempo para o explorar, mas que muitas vezes não o conseguem fazer fisicamente. No entanto, nem só de aspetos positivos vive esta experiência. O lado negativo também ensombra a sua utilização, mas nada que não possa ser ultrapassado.

O filósofo, psicanalista, especialista em tecnologia e especialista em estudos da mente humana Fabiano de Abreu nos explica exatamente em que consistem estes processos.

Para o filósofo, “o principal benefício da internet é a distração. Os idosos já não têm mais as mesmas ocupações e a reforma (aposentadoria) faz com que tenham um tempo livre que nunca tiveram em toda a sua vida. Isso pode trazer tristeza e sensação de solidão. A internet é uma enorme distração que se bem administrada, pode ser a solução para uma melhor saúde mental.”

“Como um processo de neuroplasticidade, a internet ajuda na memória dos idosos reduzindo o número de esquecimentos. Mexer no computador e navegar na web diminuem os riscos de demência dos idosos em até 40% e os riscos de depressão diminuíram 30% para idosos que mantém contado com outras pessoas na mídia social”, elucida Abreu.

A internet passou a ser uma companhia virtual com uma infinidade de funções. Cada descoberta é uma aprendizagem.

“Se distrair com atividades divertidas que incluem jogos e vídeos interativos que ajudam no conhecimento e no equilíbrio. Disfarçar a solidão em meio às interações e manter-se a par dos acontecimentos. Ter aulas de atividade física sem sair de casa, cursos online para uma melhor aprendizagem e para que possa passar o tempo, por exemplo, aprender a cozinhar e praticar na cozinha. Ouvir músicas das suas coleções antigas e relembrar velhos e bons momentos.”, esclarece o psicanalista.

No entanto, nem tudo são rosas neste mundo virtual e, há muitos perigos à espreita de apanhar os mais crédulos e desprevenidos.

Para Fabiano de Abreu, “a vulnerabilidade do idoso na rede social se dá pela fragilidade de lidar com este mundo novo e desconhecido. O fato de ser virtual dá a falsa sensação de que nada de negativo pode acontecer. Na terceira idade, os problemas são administrados de forma diferente. A capacidade e ou vontade de os resolver já não é a mesma.”

Outro aspecto menos positivo pode surgir da dependência em exagero desta nova forma de distração. A comodidade pode criar um desapego face a outras experiências que podiam usufruir saindo de suas casas.

“O exagero pode ser prejudicial elevando a ansiedade e levando ao estresse podendo resultar em síndrome do pânico e depressão. Evitar estar bitolado por assuntos que tragam pensamentos negativos ou de irritabilidade. É crucial que a internet seja usada para o lazer mirando no conhecimento para pensamentos positivos de aprendizagem e conhecimento. Sempre numa dosagem equilibrada.”, refere o filósofo.

Como alerta Abreu, os usuários, “não devem expor a vida pessoal. Comente, dê a sua opinião de forma segura para não ser mal interpretado ou que seja motivo de ataques. Não exponha número de telefone, endereço e fotos que mostrem os detalhes da casa. O ideal é ter uma conta apenas para amigos e bloqueado para estranhos, portanto, recomenda-se que não aceite pedido de amizade de pessoas estranhas.”.

Mas as recomendações não ficam por aqui.

“Os idosos são o alvo principal para golpes na internet. Temos que orientar os idosos de que banco não se comunica pela internet com o cliente. Nenhum dado é solicitado via internet e sim, apenas, na agência bancária diretamente com o gerente ou atendente.

Se muitos jovens caem em golpes de compras online, imagina os idosos que ainda estão adaptando-se com a internet. Não comprar em sites de marcas não confiáveis e desconhecidas e avaliar detalhes de segurança no portal de compras. É aconselhável que sempre veja nos sites de reclamações se há muitas queixas da loja que quer comprar.”, continua.

No que diz respeito a aplicações de comunicação há também cuidados a ter.

“Cuidado com pedidos no WhatsApp. Não clique em nada que seja enviado e lembre-se que nenhum dado deve ser passado online. Qualquer assunto relacionado a banco, trata-se diretamente com o banco e principalmente que seja pessoalmente. Qualquer problema relacionado a e-mail ou aplicativo, trata-se diretamente com o aplicativo. O ideal é que a pessoa nunca responda e sim contate. Se alguém te solicitar algo se passando pela empresa, não atenda, desligue imediatamente e entre em contato com a empresa para confirmar o motivo da procura.”, concluí o especialista.

Fonte: Fabiano de Abreu - Psicanalista, neuropsisanalista, poeta, filósofo e jornalista


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