Entenda melhor o que é a claustrofobia e saiba como identificá-la corretamente
        
Medo de lugares fechados, abertos, multidão, escuro, altura, entre outras fobias, são reações normais que servem para qualquer ser racional distinguir o que é perigoso ou não. O exagero, porém, pode ser um distúbio psiquico, mas a cura é possível.


Quem ainda não sentiu medo? Fobias, como outras doenças da mente, sempre existiram desde as épocas mais primitivas. Sem dúvida, o medo nos tempos pré-históricos era totalmente diferente. Já na atual sociedade moderna, tem gente que tem pavor de dentista, avião, montanha russa, altura, entre outros, que são reações psicossomáticas inerentes do organismo diante do perigo iminente, causando sudorese, pânico, o aumento da adrenalina, dos batimentos cardíacos etc.
              Há muitas pessoas, contudo, que têm um medo muito exagerado diante de algumas situações do dia-a-dia, principalmente de locais fechados, como elevadores, trens ou aviões, por exemplo. A fobia também pode estar presente quando a pessoa se encontra cercada por uma multidão. A claustrofobia, todavia, não é uma doença, mas um sintoma, geralmente acompanhado de um distúrbio conhecido como agorafobia – o medo de estar em um lugar público lotado de pessoas, de onde o indivíduo não pode sair facilmente, caso se sinta mal.

“As fobias podem ser classificadas em dois grupos. No primeiro, encontram-se as fobias comuns, ou seja, aquelas cujos sinais são o medo excessivo de coisas que todos, numa certa medida, temem, como por exemplo, alguns tipos de animais, a escuridão, a morte, as doenças etc. No segundo, o medo está ligado, não a um objeto específico, mas sim a um certo ambiente, como é o caso das agorafobias. São fobias contingentes, de natureza contextual, ou seja, manifestam-se dentro de um contexto”.
Freud

Agorafobia  X Claustrofobia

É muito comum haver confusões na comparação entre Agorafobia e Claustrofobia. Pensa-se que a primeira seria o medo de espaços abertos e, portanto, o contrário da segunda, o medo de espaços fechados. Agorafobia não é medo de espaços abertos como normalmente dizem, mas medo de lugares cuja fuga é embaraçosa ou difícil que, muitas vezes, pode ser um espaço amplo, como uma estação do metrô ou um estádio de futebol. “A confusão deve existir pelo fato de que espaços públicos são lugares amplos e geralmente abertos, mas não é o caso do metrô que é confinado. A afirmação de “que um é contrário do outro” não é verdadeira porque uma pessoa com fobia de elevador pode ter tanto uma Agorafobia como uma Claustrofobia”, explica a psicoterapeuta e diretora do Instituto de Psicoterapia Avançada, Maura de Albanesi. Outra confusão pertinente é porque as crises acontecem, geralmente, em lugares fechados e também pelo fato de que os conceitos são muito semelhantes (Agorafobia – medo de lugares de difícil escape e Claustrofobia – medo de lugares fechados).  Se a pessoa tem medo de elevador somente por ser um espaço confinado é uma Claustrofobia. Se, entretanto, o indivíduo tem medo de passar mal (o que não significa necessariamente estar preso na cabine) e não ser socorrido, caracteriza-se um medo antecipatório, típico da Agorafobia.Normalmente, Claustrofobia precede situações que podem envolver o desencadeamento de uma crise de pânico. As sensações partem do nível psíquico e chegam ao físico. O ambiente parece se comprimir, o teto se aproximar, as paredes se contraírem, pernas e mãos tremem, o suor começa a escorrer e o coração mais parece uma bomba prestes a explodir. A boca fica seca, e todos os sintomas de um Transtorno de Pânico podem estar presentes. Esta angústia sem precedentes é muito comum e não faz distinção entre raça, sexo, idade ou classe social. Um medo sem razão invade a mente destas pessoas, que normalmente sofrem de uma ansiedade exacerbada.
Mesmo alguns segundos diante de um contexto claustrofóbico é suficiente para desencadear um complexo de sintomas nas vítimas deste transtorno. Elas passam a evitar estas situações, consideradas como de risco. É difícil avaliar quais as causas deste problema, pois elas podem ser múltiplas. Aqueles que sofrem de qualquer tipo de ansiedade têm uma tendência maior a apresentar este distúrbio, pois qualquer vivência de um trauma em um lugar fechado pode ser o estímulo inicial para desenvolver nestas pessoas este gênero de fobia. “Geralmente, estas pessoas se isolam e evitam locais que possam gerar contextos claustrofóbicos, pois se deixam dominar pelo medo, recolhendo-se a lugares nos quais se sentem mais seguros”, explica a psicoterapeuta.

Tratamento

É fundamental, assim, tratar este transtorno, para que ele não se agrave e evolua para outras doenças psíquicas. Neste sentido, é importante aliar a psicoterapia com antidepressivos. A psicoterapia tem como objetivo de reestruturar a mente, identificar os medos e trabalhar os aspectos irracionais de cada um deles. “A cura completa é, sim, algo bem real e possível. Tanto o claustrofóbico quanto seus familiares devem aprender a aceitar esta realidade. Só assim será possível eliminar de vez estes incômodos efeitos do cotidiano muitas vezes massacrante da nossa civilização. O autoconhecimento e a compreensão de si mesmo podem ajudar o paciente a se libertar desta e de outras fobias”, completa Maura.

Maura de Albanesi – é psicoterapeuta, pós-graduada em Psicoterapia Corporal, Terapia Artística, Psicoterapia Transpessoal e Formação Biográfica Antroposófica; Master Pratictioner em Neurolinguística; e mestranda em Psicologia e Religião pela PUC. Diretora do Instituto de Psicologia Avançada.

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