O neurocientista brasileiro Stevens Rehen, membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências, ministrou a palestra magna intitulada “Neurociência e Educação” na primeira edição do Ibmec Day, evento promovido pelo Ibmec, que levou especialistas para discussões sobre vários temas no campus Barra (RJ), no dia 14 de novembro de 2015. Stevens é especialista em células-tronco e é professor titular do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ e coordenador de pesquisa do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino.
O neurocientista fez um resgate histórico das grandes revoluções da ciência biomédica nos últimos 20 anos. Esses acontecimentos estão mudando a forma de fazer escolhas em relação à família, qualidade de vida e longevidade. Segundo ele, “tem coisas acontecendo hoje que há cinco anos pareceriam ficção científica. Quem iria imaginar que com um pedaço de pele eu consigo criar um mini cérebro com a mesma carga genética de quem doar o cérebro”.
Stevens apresentou estudo recente de colegas brasileiros da UFRN que comprova que uma pessoa precisa dormir para aprender, que o sono não é só questão de descanso, tem a ver com a retenção da memória. Na opinião dele, “a privação do sono é um grande problema social da atualidade. Nos últimos 50 anos, temos reduzido consideravelmente o tempo de sono. Hoje, a média de sono é de seis horas, quando deveria ser de, no mínimo, sete horas por noite. Isso acaba comprometendo muito o aprendizado”.
Hoje a neurociência explica como a atividade física, cuja prática pode gerar novos neurônios (neurogênese), assim como o sono, é fundamental para a boa memória. “Tirar um cochilo logo após o aprendizado tem um impacto muito grande na retenção de informação. A falta do sono tem consequências para a memória porque o cérebro se reorganiza durante o sono”, acrescenta ele.
Numa definição sobre neurociência, Stevens disse que é o estudo do cérebro em suas mais variadas dimensões, que é uma grande área que está na fronteira do conhecimento. Para ele, “hoje em dia algumas das principais questões da humanidade são: identificar se há vida em outros planetas e entender melhor o funcionamento do cérebro, esse pequeno órgão que pesa apenas 1,5kg e responde pelo que está acontecendo aqui e agora. Por esse motivo está havendo investimento público e privado nas neurociências para melhorar a qualidade de vida das pessoas”.
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