O Jornal O Legado entrevistou o Psicólogo Irineu Deliberalli, autor do polêmico livro SÓ PARA HOMEM, e ele nos conta importantes detalhes sobre o livro e sua repercussão entre os leitores

O Legado: Como surgiu a idéia do livro SÓ PARA HOMEM?

Irineu: Muitas mulheres se queixam de seus parceiros ou maridos, e as queixas delas em sua grande maioria eram justificadas, pois de fato seus homens apresentavam os comportamentos que elas relatavam. Comecei a pesquisar o fato. Entrevistei vários homens, sem que soubessem os motivos para não atrapalhar minha amostragem. Um dia estava no G.D.E. Júlia Magalhães no Ipiranga, e durante o almoço, ouvi a conversa de algumas mulheres e evidentemente a conversa se tratava da queixa de todas elas sobre os seus homens e interferi na conversa dizendo para todas: “Vocês se queixam tanto dos homens, mas saibam que eles são assim por causa de vocês, pois o homem é dependente e até burro, pois a sua mãe o fez assim” A vaia foi grande. Mas continuei...”Se não fosse o apego que a mãe tem pelo filho homem, pois a mãe faz tudo por ele, não o ensina a fazer, a mãe o poupa de quase tudo. E se querem ver, vocês como mulheres se tiveram irmãos, lembrem-se de como suas mães as trataram, se foram iguais aos seus irmãos ou eles foram bem mais privilegiados?”

Naquele dia tive outro impulso: “Vou fazer um site SÓ PARA HOMENS para ajudar o homem a se libertar da sua mãe”. Dois meses depois o site estava no ar (www.soparahomem.com.br). Daí do site para o livro foi um passo.


O Legado: O que é o “SÓ PARA HOMEM”?

Irineu: É um programa de autoconhecimento. Durante vários anos eu dei palestras gratuitas de autoconhecimento no Grupo Júlia Magalhães. Toda terça-feira apareciam várias pessoas para assistirem minhas palestras, que se transformaram em doze palestras, ou mesmo um curso de autoconhecimento e elas fazem parte dos primeiros capítulos do livro. O livro tem 29 capítulos, cada um deles dirigido a uma de nossas neuroses, visando dar dicas de como enfrentá-las e superá-las.#P#
O Legado: Por que então se chama SÓ PARA HOMEM?

Irineu: Tudo ou quase tudo que temos na nossa frente é feito para a mulher. Programas, revistas, entrevistas, delegacias, assistências governamentais, religiosas, etc. Tudo é feito para a mulher. Passa-se a imagem de que a mulher é mal assistida. Pode ser que seja, mas se você analisar sem paixão e com o critério da justiça, certamente verificará que o homem tem na sociedade muito menos do que a mulher tem. Creio que a única coisa que o homem tem vantagem é no salário, ele de fato ganha mais do que a mulher, mas geralmente ganha para pagar as contas da mulher e filhos. O que é feito para o homem em termos de mídia, de incentivo à sua saúde, seu autoconhecimento, etc.? Nada. Morremos em média dez anos antes. Temos a obrigação social de pagar as contas. Reclamam-se que a mulher ganha menos, é injusto isso, mas se você olhar não se cobra da mulher o sucesso financeiro que se cobra do homem. O que a sociedade dá ao homem? Alguns programas de política, economia, que é só para uma elite, esportes e mulher pelada. Verifique as revistas masculinas. Qual é a que trata do autoconhecimento e de orientar o homem a viver melhor, ser um marido com mais qualidade ou um pai atualizado e equilibrado ou ser independente? Nenhuma. Tudo é feito para mantê-lo inconsciente. Dão-lhe muitos esportes e lindos corpos de mulheres para ele curtir. Este é o próprio processo de manipulação. Quando senti a necessidade do homem de ter algo para si, vi que tinha na mão um manual de autoconhecimento e O SÓ PARA HOMEM é um guia de autoconhecimento do masculismo.

O Legado: O que é Masculismo?

Irineu: Masculismo ou Masculinismo é o termo masculino, de um movimento para o homem igual ao feminismo e pretendemos dar ao homem a consciência de seus valores sociais, éticos, humanos e espirituais e uma proposta para que o homem coloque para fora sua sensibilidade e deixe de ser machista. O machismo deve acabar urgentemente. Precisamos criar uma sociedade justa. Os homens precisam ser mais conscientes de si e aprender a pensar com a cabeça de cima do pescoço. No Masculismo a proposta é um homem participativo, que assuma sua espiritualidade, seu papel de pai e divida com a mãe as lidas com os filhos, que divida também as despesas proporcionalmente ao ganho de cada um, que não tenha medo de soltar sua sensibilidade, de se encantar com uma flor ou uma poesia, e continuar sendo homem e macho.#P#
O Legado: Como vai a repercussão do livro?

Irineu: Muito bem pelo lado do leitor, tenho tido ótimos retornos das pessoas que o leram. De maneira geral os comentários são excelentes. Recebo muitos e-mail de leitores que elogiam ou me agradecem por escrever um livro tão esclarecedor, que tem ajudado muitas pessoas a crescerem interiormente. Por outro lado vai mal em sua distribuição. Ainda não acertei uma distribuidora que consiga colocá-lo em todas as livrarias e espaços do país. Por isso criei uma maneira diferenciada de lançamento. Vendo via Internet e correios. Vou a espaços, clubes, cidade do interior, e faço uma palestra de 90 minutos sobre o Masculismo e em seguida a noite de autógrafos. Quem tiver interesse que eu faça esta palestra em seu espaço, livraria ou cidade, é só me contatar pelo e-mail: editoramichael@terra.com.br que agendaremos uma data para o evento.

O Legado: O nome SÓ PARA HOMEM não gerou algum tipo de dificuldade com a mulher?

Irineu: O SÓ PARA HOMEM é um nome proposital. Tenho pesquisado e chego até a afirmar que são mais as mulheres que lêem o livro. Ela tem uma necessidade de saber tudo sobre o homem. Como curiosidade, ao falar que estava lançando um livro e o título era SÓ PARA HOMEM, várias mulheres chegaram a colocar as duas mãos na cintura e me perguntarem: “Por que só para homem, não vai ter um só para mulher”? A mulher está acostumada que tudo é para ela e o homem permite isso e não tem nada para si.

O Legado: Qual tem sido o assunto mais polêmico do livro?

Irineu: O assunto mais polêmico é o Complexo de Édipo. Só que dou uma versão diferente de tudo aquilo que até hoje se escreveu sobre o assunto pois tenho plena convicção que é a mãe que não deixa seu filho se libertar e ser um adulto equilibrado e saiba que mais de 80% das mulheres que lêem o livro me dão os parabéns e concordam.#P#
O Legado: Como é que ocorre este apego das mães pelos filhos homens? Não era o contrário que se presumia que fosse?

Irineu: Eu explico muito bem isso no livro. Os índios não tem Complexo de Édipo. A indinha não se apaixona pelo Indião e o indinho não se apaixona pela Indiona. Por que com os índios é diferente? Pelo simples fato de como é estruturada a sociedade indígena. Eles estão algumas centenas de anos na nossa frente. Os filhos quando nascem não são da mãe, como é o modelo de nossa sociedade. Ter um filho faz parte da natureza e não esta neurose que as mulheres brancas têm. Os filhos são da tribo. O pai cuida até mais dos filhos do que a mãe e preferencialmente quem mais cuida são os velhos, avós, etc... Uma pessoa de idade cuida de diversas crianças, ou dos filhos de toda a tribo. Ter filhos é natural. Para nós, brancos, ditos civilizados, com nível superior, ter um filho representa um grande apego. É bem provável que minha mãe, a tua mãe, e as mães de todos que nos lerem, não amaram seus filhos, incluo os pais também. Aquilo que elas pensam que é amor é apego. O amor liberta, nutre, protege e permite. Portanto este apego deixa uma criança dependente e desenvolve o Complexo de Édipo, pois aprende a ser setorizado no amor e não o amor universal, ou seja só amo quem é de minha família sanguínea. Pelo amor ser setorizado, fica-se então em cima de mamãe e papai o objetivo do amor e não por todas as pessoas, como seria mais sadio e nos faria mais livres, pois nós somos unos, somos uma única família universal. Em pesquisas que desenvolvi no trabalho com terapias regressivas com várias mães, ou mesmo filhos, pude aprender que grande parte dos filhos que estas mães ou todas as mães têm, fazem parte de suas vidas anteriores, em papéis diferentes dos atuais. Muitos filhos eram maridos, amantes até mesmo pais das mulheres que nesta vida são suas mães.

O Legado: Alguma palavra final para encerrarmos a entrevista?

Irineu: “Sim, leiam meu livro pelo amor de Deus...” (muitos risos). Bem falando honestamente, eu dei um passo com informações sérias no SÓ PARA HOMEM, visando questionarmos o modelo educacional e trazer ao homem, talvez pela primeira vez, uma visão psicológica e também crítica de sua conduta. Mas aguardem, outro livro está sendo escrito, esperem novidades...

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