Enfermidade atinge 40% dos brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia
A questão merece atenção, uma vez que doenças associadas ao colesterol alto, mal que atinge cerca de 40% dos brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), são apontadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa para a morte de, aproximadamente, 17 milhões de pessoas em todo o mundo.
Outro dado alarmante foi publicado em 2015 no periódico Circulation, da Associação Americana do Coração. O estudo revelou que a cada dez anos em que uma pessoa vive com a taxa de colesterol elevada, o risco de ela sofrer uma doença do coração aumenta em, aproximadamente, 40%.
Produzido pelo organismo e presente em diversos alimentos, o colesterol apresenta duas formas: o HDL (Lipoproteína de alta densidade) e o LDL (Lipoproteína de baixa densidade). Conhecido como “colesterol bom”, o HDL conduz o excesso de colesterol para fora das artérias, impedindo que ele se deposite e obstrua os vasos sanguíneos. Já o LDL, também chamado de “colesterol ruim”, faz o caminho inverso, ele transporta e deposita a substância nas paredes das artérias.
“Quando os índices do LDL estão elevados, as artérias são bloqueadas pelo acúmulo de gordura e consequentemente, o fluxo sanguíneo é obstruído. Ao ser interrompido, o sangue é acumulado dentro das artérias, fator que pode causar doenças como o infarto, acidente vascular cerebral (avc), entre outras”, explica o Dr. Benício Pereira, clínico da Clínica Vida Natural e parceiro da Superbom, empresa alimentícia especializada na fabricação de produtos saudáveis.
De acordo com Pereira, de forma geral, os problemas circulatórios provenientes dos níveis elevados desse colesterol consistem em uma enfermidade que se inicia já na adolescência ou até mesmo na infância. “Portanto, é imprescindível que o indivíduo acompanhe o nível de colesterol desde cedo”, recomenda.
Combinação entre alimentação saudável e prática de exercícios
Ele ainda pontua que a melhor maneira de evitar ou controlar o aumento do colesterol está relacionada com os hábitos. “A combinação entre alimentação equilibrada e a prática de exercícios faz com que o nível do LDL reduza entre 20 e 30%. Mesmo para os pacientes que precisam de remédios para controlar o colesterol, a dieta e a atividade física são importantes, pois potencializam a ação da medicação”, explica o clínico.
Sobre os alimentos que devem estar presentes no cardápio, Pereira defende que é preciso priorizar os grãos, fibras, cereais, verduras, frutas e as opções integrais. “A soja, por exemplo, possui em sua composição o fitosterol e ácido linolênico, substâncias que contribuem diretamente com a redução do colesterol. Pelo fato de ser rico em resveratrol, o suco de uva integral é outro importante aliado para esse controle. Sementes como a chia, a linhaça e a semente de girassol, ricas em ômega 3, também auxiliam na prevenção”.
O que deve ser controlado ou evitado?
Entre os itens que devem ser abolidos da dieta ou ter o respectivo consumo diminuído, estão as carnes de origem animal. “Especialmente a carne vermelha, embutidos, peles de aves e asa de frango, visto que são alimentos que apresentam alto índice de gorduras saturadas. Pelo mesmo motivo, é preciso ter muito cuidado com a ingestão de laticínios, como o leite integral e os queijos amarelados”. Segundo o especialista, não exagerar nos carboidratos, controlar o açúcar, parar de fumar e moderar o consumo de álcool também é fundamental para evitar esse aumento. Ele ainda destaca que pessoas vegetarianas estritas que abusam do consumo de carboidratos refinados também possuem tendência de apresentar o colesterol elevado.
Por fim, outra prática importante consiste na prevenção. “Mesmo que o indivíduo não tenha nenhum problema de saúde aparente é importante que ele realize, anualmente, exames de sangue para verificar o nível do colesterol. E também não dispense, em nenhuma hipótese, o acompanhamento médico”, conclui.
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