Quando falamos das coisas EXotéricas e ESotéricas, não falamos apenas de crenças, magia e alquimia. A natureza humana também possui características misteriosas que ditam nosso comportamento. Mas ainda estamos longe de compreender essas forças que nos movem.

A Astrologia, aliada com a Psicoterapia desenvolvida por Carl Jung, nos mostra que somos duais, ou seja, temos dois lados. Temos uma Personalidade externa e uma Individualidade interior, que muitas vezes se contradizem ou se contrapõe conforme as circunstancias.

A Personalidade é aquele lado do nosso comportamento externo, ou, eXotérico. É a forma como nos apresentamos e relacionamos, com o mundo, com os outros; como queremos ser vistos.

A Individualidade nos diz Jung, é aquilo que de fato queremos vir a ser e que durante a maior parte de nossas vidas é algo de que nem sequer temos clara consciência. É o nosso lado Esotérico ou desconhecido ou muitas vezes simplesmente ignorado. São muitos os que nem tomam conhecimento...

A maioria de nós desconhece seu próprio potencial e forças em qualquer nível, físico, fisiológico, emocional ou mental. O homem “moderno” não liga para esse lado. Já os antigos se concentravam principalmente em desenvolver essas qualidades.

Ficamos abismados quando nos dizem que somos capazes de mover o mundo. Mas é justamente esse lado oculto de nossa natureza que move o mundo, quando e se aprendemos a lidar com ele.

Muitos são os atos de heroísmo de que tomamos conhecimento para os quais não temos explicação. Como também são outros tantos, ou até mais comuns, os atos de súbita violência ou irracionalidade. Todos parecem ser atos inesperados, imprevistos e imprevisíveis ou de desespero diante de circunstancias. São os atos que levam uma mãe a enfrentar bandidos que ameacem um filho; um marido violento que agrida um filho; um filho que defenda pai ou mãe sem considerar os riscos a que ele próprio se expõe; os cuidados que se têm com alguém muito doente ou deficiente na família. Esses são os exemplos mais óbvios.

Nossas reações quando achamos que alguém esteja nos prejudicando ou se contrapondo à nossa vontade ou critérios são imprevisíveis. Quando as coisas não marcham como nós queremos ou esperávamos é quando repentinamente explodimos em atitudes inusitadas. Mas quando estas se tornam extremas, ficamos sem compreender o que nos levou à raiva, às lágrimas, ao desespero ou a uma reação violenta ou ainda a demonstrar uma força e ousadia física ou moral que não suspeitávamos possuir.
Esse é o nosso lado esotérico ou oculto. Tornamo-nos capazes de agredir a pessoa que dizemos mais amar ou a dar nossa vida por ela.

Portanto, nossa consciência não é a habilidade de pensar antes de agir, é o nosso todo. E essas reações de coragem ou medo são indivisíveis e movidas por forças internas apesar de serem extremos opostos. Elas motivam nossas emoções espontâneas e nosso comportamento de um modo que parece ser inconsciente. Quanto mais às suprimimos em nome da “paz”, mais elas se acumulam em nós e se tornam uma pressão.

Quanto mais preparados intelectualmente sejamos, donos de uma boa educação, inclusive e principalmente superior, tanto mais somos sujeitos a tais repentes. Mas, se dotados e conscientes de valores reais, somos capazes de conter e contornar as crises. Já os menos preparados por educação, saúde ou condição social, tendem a dar livre vazão.

As nossas prisões estão cheias de pessoas que mataram, agrediram, enganaram, roubaram, sem terem consciência clara de porque o fizeram. Todos consideram ter tentado se defender para sobreviver. Os hospitais estão cheios de pessoas agredidas e vítimas de agressões ou de atos de coragem que resultaram em prejuízos físicos para elas, não raro fatais.

O crescimento da criminalidade é apenas a manifestação mais óbvia dos processos que mostram que a nossa sociedade hoje está cada vez mais doente e carente.

Carente sim porque somos essencialmente gregários. Temos vontades e livre arbítrio de escolhas, mas não somos conformistas. A gregariedade é um instinto natural da nossa condição de ser vivo. Sem ele não sabemos equilibrar e conviver com os opostos. Precisamos uns dos outros. A sociedade existe porque sua célula mater é a união com o outro ou outra para crescer. Dizemos, ainda, que a união faz a força. O Yang e o Yin juntos constituem a vida.

Nossa sociedade contemporânea está viciada por um processo de competitividade e de consumismo que geraram uma transformação profunda na essência dos valores morais e éticos. Some-se a isso um acentuado corporativismo profissional e econômico que parece segregar mais que defender e a disfarçar os preconceitos que nos dividem também no nível social.

É fácil identificar a incidência e os prejuízos causados pelo radicalismo estimulado por esses dispositivos que estimulam a segregação em todos os níveis. Ele conduz ao materialismo extremado e à exclusão da espiritualidade. Sem espiritualidade, temos dificuldade de manter o equilíbrio entre os opostos de nossa natureza.

Os governos parecem alheios ao processo de transformação ou transição que estamos vivenciando. A educação, a saúde, habitação e saneamento, emprego; fundamentais para uma sociedade sadia, parecem continuar a seguir padrões que já não atendem mais às necessidades da modernidade. Quanto mais leis se criam, mais desobediência e conflitos se geram. Falta o alicerce.

A frustração dos anseios mais simples e comuns de bem-estar aumenta a sensação de isolamento e solidão de cada um quanto mais estiver cercado de muitos. A luta pela sobrevivência individual em uma sociedade economicamente dominada pelo materialismo leva essa sensação de isolamento inclusive para a célula-mater da sociedade: a família.

A estrutura familiar passa por uma transição cujo real valor tornou-se discutível. Há quem diga que estamos revertendo para uma degeneração no estilo da bíblica Sodoma e Gomorra.

Os alicerces da gregariedade natural estão abalados e hoje até a estrutura familiar está mais para empreendedorismo social, sujeita a contratos e condições, cujas razões parecem escapar ao bom-senso. A valorização de ismos e fobias antes estigmatizantes em nome da defesa das minorias “diferentes” como o homossexualismo, cotas para “menos-favorecidos”; sem falar nos movimentos politicamente orientados dos sem-terra, sem-casa, sem-emprego e outras manias de culturas politicamente subversivas como paliativos para tapar os buracos dos desníveis econômicos e estruturais em detrimento das necessidades reais.

Neste quadro, o homem (ou a mulher), se vê cada vez mais perdido e impotente, abandonado à própria sorte ou à capacidade pessoal de prevalecer ou de seduzir para garantir seu lugar e sua sobrevivência. É evidente que os “menos favorecidos” ou marginalizados, pendem para as soluções mais fáceis para sobreviver. E como as estruturas políticas pensam retrogradamente que dar o peixe e proporcionar o circo é a melhor solução, os valores morais e éticos dessa sociedade se degradam cada vez mais.

Com isso, hoje, é a maioria e a normalidade que são condenadas e segregadas.

As conspirações para corromper a sociedade existem. Mas não somos incapazes de acreditar nisso porque intrinsecamente acreditamos na bondade da natureza humana como produto de uma suposta bondade divina que nos inspira. E quando nos vemos em perigo de qualquer espécie, explodimos. Por isso, a turba é irracional e violenta.

Quando a nossa Individualidade Esotérica prevalece sobre a nossa Personalidade Exotérica, cai a máscara que usamos para sobreviver nesse turbilhão de contradições e paradoxos. Não admitimos ser assaltados, agredidos, injustiçados, explorados, impedidos de viver; aquilo que consideramos ser a “nossa” vida ou nosso “direito” a ela.
Reagimos. E o fazemos irracionalmente.

Partimos em defesa do que consideramos ser “nosso” para muito além de quaisquer riscos, ainda que por isso sejamos condenados a um ostracismo ainda maior pela sociedade ou à nossa morte. Não compreendemos as forças que nos movem. É o nosso lado Esotérico. E ele existe em todos nós. E enquanto não buscamos essa compreensão, somos presas-fácil dos predadores, manipuladores, gananciosos pelo poder político, físico e econômico.

Tem solução? Há esperança? Sim. E depende de cada um retomar as rédeas de sua própria vida. Munir-se de valores reais e não fictícios ou supérfluos. Educar seus filhos em casa e exigir a educação deles nas escolas e nas faculdades. Vivenciar esses valores em sua vida pessoal, elevando ao mais alto nível de moralidade e ética ao invés de deixar que tudo continue a ser nivelado por baixo. Não se deixar manipular nem subjugar.

Não é tão fácil fazer quanto parece dizer, pois exige um comprometimento consigo mesmo, com seu núcleo familiar, com seus princípios e critérios. Muitas vezes implicará em mudar os apegos à modernidade e à materialidade, e mais dedicação ao seu lado oculto, ao seu processo de individuação, ao seu processo de se tornar e Ser HUMANO.

Despir-se das máscaras nunca é fácil, mas a sobrevivência da espécie em condições racionais que ela imagina residir sua superioridade entre as demais formas de vida, provavelmente dependa de esse despertar nessa transição. O despertar do lado oculto e verdadeiro de sua natureza.

 

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