De tempos em tempos, surgem mudanças nas taxas de normalidade de várias substâncias do nosso organismo. Da mesma forma com que a população se atém a detalhes como a pressão 12x8, os níveis de colesterol também acabam virando preocupação. O alvo mais recente tem sido os valores do LDL, o colesterol ruim.

Recentemente veio a público de que esse valor teria de ser alterado em função do aumento da incidência do infarto do miocárdio entre as mulheres. A ideia implantada pelas instituições de cardiologia – e que assustou muito as mulheres - é de que devemos ser mais agressivos no tratamento do colesterol em pessoas do sexo feminino, tendo em vista um aumento considerável em casos de infarto agudo do miocárdio entre mulheres.

A nova diretriz tomada pelas associações médicas é que devemos manter o colesterol mais baixo entre as mulheres, causando uma série de questionamentos. Mas, será preciso tanto alarde?

 Colesterol – mocinho ou bandido?

Na realidade, este artigo está sendo escrito para que esse pânico em relação ao colesterol se dissipe. A incidência maior de infarto de 2 ou 3 décadas pra cá ocorreu por uma série de fatores sociais, entre eles a inclusão da mulher no mercado de trabalho, que leva a um nível de estresse elevado; além de um descuido com a qualidade de alimentação, aliado ao aumento no número de mulheres fumantes.

Mas por que o colesterol é colocado como vilão nessa situação? Simplesmente porque há disponível um remédio para abaixar o colesterol, o que faz surgir “a solução para o infarto do miocárdio”, o que não é verdade. Há 30 anos dispomos das estatinas, substâncias usadas mundialmente para fazer esse controle, e nem por isso, em três décadas, vimos o infarto e derrame diminuírem. Outro detalhe é que metade dos infartados nesse planeta tem colesterol normal.  Portanto, o colesterol não é o grande vilão.

Causas do aumento da taxa do colesterol ruim (LDL)

Antes de se preocupar com o colesterol, todos nós deveríamos cuidar das causas. Todas as doenças degenerativas – e não só o colesterol – são causadas por alguns ‘monstrinhos’. Então, atenção...

A grande verdade é que o perigo do colesterol é quando o LDL - colesterol ruim - está oxidado. Não importa a quantidade que está ocorrendo na corrente sanguínea, o que importa é que está na forma oxidada ou não oxidada. Esse é o primeiro fator: a oxidação excessiva, aumento de radicais livres.
 
Outro fator é a inflamação crônica silenciosa. Toda doença degenerativa está junto a um processo inflamatório. A parede das artérias tem que estar inflamada para que o LDL na sua forma oxidada comece a produzir a placa aterosclerótica que vai obstruir esse vaso mais tarde, ocasionando o infarto ou acidente vascular cerebral, dependendo das artérias atingidas ou ainda a um quadro de “claudicação intermitente”, que é quando essa placa acomete a irrigação das pernas.
 
Estratégias para combater as verdadeiras causas da aterosclerose
(obstrução das artérias)

O primeiro passo é fazer com que o corpo inflame menos. Para isso devemos manter uma dieta adequada - recomendo a de baixo índice glicêmico, com muitos alimentos vivos, fracionada e com poder anti-inflamatório e antioxidante.  Depois, é importante suplementar antioxidantes e substâncias anti-inflamatórias naturais, como os universais Vitamina C, E, betacaroteno, pró vitamina A, o selênio, ácido alfa-lipóico, a CQ10, o resveratrol. Essas substâncias devem estar juntas, pois a oxidação ocorre por meio de várias moléculas diferentes, que são os radicais livres, que acabam destruindo todo nosso sistema. Quando se diminui a oxidação, reduz-se também a inflamação crônica silenciosa. Usar também substâncias anti-inflamatórias naturais como a cúrcuma longa, a bowselia serratia e o ômega 3.

Mais do que combater as causas que levam às alterações dos níveis de colesterol, vamos destacar mais de um motivo para não transformar uma única molécula em vilã: somos nós que produzimos o nosso colesterol. Essa molécula de gordura é responsável por funções importantes do nosso organismo... O colesterol é importante também para fazer vitamina D, para produzir o hormônio cortisol, que nos protege contra o estresse e também para a produção de hormônios sexuais - progesterona, testosterona, os estrógenos. Tudo isso demonstra que abaixar radicalmente o colesterol não vai resolver o problema de enfarto no mundo e toda a produção hormonal citada acima evitaria essa pandemia. Ou seja, a natureza sabe exatamente o que fazer!!!
 
Nos casos de colesterol muito elevado e nos pacientes que apresentam fatores de risco associados à aterosclerose podemos adotar – e adotamos – os tratamentos convencionais, desde que suplementemos a CQ10, importante para gerar energia e que as estatinas vão destruir. Com o decorrer do tempo, esse medicamento começará a ser usado em dosagens menores, evitando os efeitos colaterais. Pequenos e importantes cuidados são a chave para garantir o bom funcionamento físico em sua totalidade.

Texto de Dr. Edmond Saab Jr - cardiologista, nutrólogo e ortomolecular. Autor do livro “Manual do Proprietário” – Diretor do CIMP - Centro Integrado de Medicina Preventiva -  www.cimpsaude.com - (11) 3284-1366 e (19) 3876-0321 - Agosto 2017

 

 


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