Referenciais introdutórios sobre o código numerológico pessoal


Ming significa destino e Gua pode se referir a um trigrama, hexagrama ou mesmo um número. No caso, este se refere a um numeral entre 1 a 9 que cada pessoa possui, e que é utilizado nas mais variadas técnicas de Cosmologia Chinesa e Feng Shui Tradicional, para determinar características particulares que auxiliam o estudioso a estabelecer padrões de como o morador ou usurário de um local reage aos mais variados estímulos sutis, ou seja, como o indivíduo se “ancora” energeticamente na edificação.
No estudo de personalidade, o Ming Gua avalia uma série de tendências psicoemocionais, sendo que tais padrões não se baseiam em apenas um número base, mas vários, tais como:

• Número do Destino do Ano de Nascimento: avalia as tendências reativas ditas diretas, ou seja, a maneira pela qual a pessoa reage aos estímulos externos, baseando-se nas defesas de sobrevivência pelo condicionamento e referências de memória. No Feng Shui, é utilizado para compatibilizar os moradores com a construção, bem como em aspectos direcionais (melhores direções pessoais);

• Número do Destino do Mês de Nascimento: avalia os comportamentos (capas) sociais, as necessidades de reconhecimento externo, as sintomatologias. No Feng Shui, é utilizado para análise de cores e aspectos cromoterápicos;

• Número do Destino Oculto: é uma relação de posicionamento específico entre os Ming Guas acima no Luo Shu (Quadrado Mágico). Representa as tendências khármicas, os fatores atratores de experimentação no mundo, as situações, os padrões de repetição. Não é utilizado nas técnicas ambientais, mas muito nos estudos cosmológicos;

• Números do Destino Internos (Dia e Hora de Nascimento): representam os aspectos pontuais intrínsecos, o dia-a-dia, as tendências ocultas e potenciais subconscientes. Mesmo não sendo muito comuns, podem ser analisados em casos específicos de reequilíbrio energético, geralmente associados com a Medicina Oriental;

Antes de se adentrar mais especificamente nas características de cada número, é necessário esclarecer sobre os dois tipos básicos de calendários chineses.

A Questão dos Calendários na China

• Calendário Lunar: desenvolvido, sobretudo para a compreensão do povo comum e da atuação na agricultura. Baseia-se na contagem de noites entre duas Luas Novas; é composto por 12 meses lunares de 29 ou 30 dias, com um mês complementar adicional passado um período de 2 anos e meio (o chamado mês interpolado), formando um ciclo total de 60 anos;

- Por esse sistema, o início do ano pode se dar entre janeiro e março, exatamente na segunda lua após o solstício de inverno;
- Muito utilizado nos sistemas cosmológicos específicos, como o simplificado zodíaco dos animais (que utiliza somente o ano), a técnica Yue Shu Ming Li (Numerologia Chinesa) e o complexo Zi Wei Dou Shu (Astrologia Polar);

• Calendário Solar: desenvolvido por monges que possuíam grande conhecimento astronômico. Relaciona-se ao momento exato em que a energia Yin da Terra se transforma em Yang, ou seja, entre o solstício de inverno e o equinócio de primavera. Em termos astrológicos, refere-se à passagem do sol pelo 15o do signo de Aquário (naturalmente, sob ótica geocêntrica). É considerado muito mais preciso que o calendário lunar, nos meios de estudo da metafísica chinesa;

- No Feng Shui, mesmo que haja alguns professores que utilizem o sistema lunar, prioriza-se o calendário solar pela sua maior acuidade;
 

O Conceito de Ming Gua do Ano de Nascimento

O estudo do Número Pessoal (de Nascimento) é uma das partes do complexo sistema cosmológico denominado de Jiu Gong Ming Li (Astrologia das 9 Constelações), que, junto com Zi Ping Ba Zi (4 Pilares do Destino), fundamenta a pesquisa do binômio casa+pessoa.

Nesse artigo em questão será estudado uma pequena parte do cálculo do Ano de Nascimento, sendo que, além dos aspectos já introduzidos anteriormente, esta averiguação tem a função de:

• Autoconhecimento intra e interpessoal, através do estudo dos trigramas (em Hou Tian e Xian Tian) correspondentes ao Número Pessoal, suas características e seu universo simbólico;
• Tendências de reação a estímulos externos, máscara comportamental e filtro de mundo;

No Feng Shui, os principais aspectos visados são:
• Conhecer as direções pessoais favoráveis que auxiliam a pessoa a se sintonizar com o fluxo de energias mais construtivas no código emocional pessoal (Método Ba Zhai / 8 Palácios);
• Avaliação da compatibilidade dos moradores com a residência;

Cálculo Geral

• Como o calendário solar na China se inicia entre 3 e 4 de fevereiro, se o indivíduo nasceu (pelo calendário gregoriano) até 2 de fevereiro, considera-se o ano anterior (ex: 01/02/1976 – acerto anual: nascimento em 1975).

Obs.: caso o dia de nascimento esteja entre 3 e 4 de fevereiro, será necessário averiguar com mais cautela a data exata de abertura do ano, pelo meridiano 45º W - Brasil. Uma atenção necessária: muitas tabelas utilizadas por consultores e professores de Feng Shui se baseiam numa adaptação dos horários do meridiano 120º (China) para o 45º (Brasil), ou seja, 11 horas de fuso. Constatou-se, entretanto, que tais não eram compatíveis com as efemérides astronômicas, estando, por conseguinte, errados em sua base original. Cuidado, portanto, com as referências publicadas em livros nacionais e importados sobre o tema.

Após essa averiguação:

1. Somar todos os dígitos do ano do nascimento, até sobrar um dígito.
(ex: 1975 = 1+9+7+5 = 22 = 2+2 = 4)
2a. Para homens: a partir do número fixo 11, subtrair o dígito do ano.
(ex: 11-4 = 7). O Ming Gua Anual é o número resultante desse cálculo.
2b. Para mulheres: a partir do número fixo 4, somar o dígito do ano.
(ex: 4+4= 8). O Ming Gua Anual é o número resultante desse cálculo.

Características Gerais dos Ming Guas Pessoais:

Vide imagem


Obviamente, a tabela acima é um resumo apenas referencial, uma introdução ao um estudo muito mais complexo e dinâmico. Entretanto, tendo em vista a abordagem com foco mais reflexivo ao tema (e não apenas causal), fica aqui uma pequena provocação ao leitor, um questionamento que pode ser proferido internamente, a cada um dos Ming Guas, sobretudo nos Novos Tempos. Cabe a nós, portanto, estabelecer os parâmetros de conexão, negação ou início de pesquisa ao tema, mais do que simplesmente justificar a condição de vida, ocorrências ou limitação de perspectiva devido apenas a influência de um número, seja este e origem chinesa, pitagórica ou cabalística. De qualquer maneira, algumas reflexões dinâmicas para cada um dos numerais...

• N.1: “Ser empático, sentir as pessoas e o ambiente, tudo isso é um potencial muito interessante, mas não é um dom, e sim uma linguagem. Nesse sentido, o que me define é o que faço com ela, talvez o quanto me calo quando teria que me colocar, e o quanto me desequilibro emocionalmente em momentos que a serenidade e neutralidade, é requerida”.
 
• N.2: “Ajudar o outro, cuidar dos necessitados, curar o mundo, tudo isso é relevante. Mas se excluir da equação em prol disso é humildade de fato, um orgulho disfarçado em cobranças de amor ou um apego estrutural?”

• N.3:
“Ter ação na vida, ser independente e falar o que pensa não são, necessariamente, qualidades favoráveis, mas sim características de comportamento. O que traz um sentido benéfico a esses movimentos é quando são usadas para agregar e estimular harmonia, e não machucar pessoas pela simples desculpa de uma pseudo autenticidade, o que, na verdade, seria uma reação intempestiva descontrolada ”.

• N.4: “Abundância, crescimento, visão próspera de si em meio às condições externas e se esforçar para criar uma condição melhor de vida, são características benéficas louváveis. Mas até que ponto abre-se mão da alegria nas pequenas vivências cotidianas pelo stress do peso de se manter a máquina do gerenciamento girando a qualquer custo?”

• N.5: “Força de superação, capacidade de influência, originalidade e expressividade, características estas geralmente descritas pelos amigos íntimos. Manipulação, choque e postura deveras agressiva destacada pelos que tem dificuldade de conviver com ele. A conclusão talvez não seja uma média entre essas duas vertentes, mas sim uma questão sui generis: o que gera tanta polêmica nessa pessoa, tanta contradição e incômodo, seja velado ou escancarado? Uma autenticidade não compreendida ou uma falta indescritível de sutiliza e respeito aos limites do outro?”

• N.6: “Liderança, responsabilidade, presença no mundo e na família. Honestidade e critério fazem parte também da beleza da vida, mas não confundir tradição com dogma, respeito com deferência vazia e relevância com meritocracia hierárquica seria um bom começo para não se estagnar em convenções de um controle moral sem sentido.”

• N.7: “A diplomacia, a capacidade de ouvir e a adaptabilidade são fundamentais em momentos de polarização como os quais estamos vivendo. O que não deve ser confundido com letargia, cortesia falaciosa, indulgência e esquecimento de si. Onde estarás a sua voz original e natural?”

• N.8: “Há momentos para pesquisar, se aprofundar, se autoconhecer, separar a superficialidade marqueteira do que é relevante e verdadeiramente significativo. Um dos caminhos é o do constante estudo, da lapidação da mente e espírito, da investigação de si mesmo; o outro é esconder-se cada vez mais das dores do mundo, criando um bunker de proteção alegórica como fuga aos problemas; e o pior, chama isso de gruta meditativa ou nicho de paz”.

• N.9: “Rir, celebrar, curtir, viver a vida em plenitude, carpe diem. Faço isso porque me sinto verdadeiramente harmônico comigo mesmo e com o mundo ou seria porque estou me sentindo tão incomodado que não consigo parar para refletir sobre as minhas dores mais essenciais? Só me resta mesmo a catarse da intensidade alienante que me põe em torpor?”

Sem dúvida, parece haver signos e Signos, da janela de onde olhamos o universo de nós mesmos, pelos caminhos de um mundo que não se sabe onde ir, apenas devir...


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