Continuação do mês anterior - parte 3 - (julho de 2018)...

Apesar do escrito desse mês não abordar mais os aspectos históricos do ponto de vista de dinastias e evolução das escolas do Feng Shui Tradicional, considero-o tema muito relevante enquanto momento global e possibilidade de reflexão sobre o futuro das técnicas de harmonização de ambientes, não apenas como função pragmática para incremento financeiro e blindagem pessoal (saúde e relacionamentos), mas como um facilitador, enquanto linguagem, de uma interface consciencial em nascimento, quase um “provocador” de estímulos e referências para um ser humano em modificação nos Novos Tempos.

Assim, conclui-se a temática em questão através do texto abaixo, que foi publicado inicialmente na obra Feng Shui Clássico nos Novos Tempos – Uma Perspectiva Consciencial e Imanente. Vamos a ele...

Evolução do Feng Shui – Futuro incerto ou um Renascimento?

13. Novos Tempos (2013 - ???)*

* salienta-se que essa parte se refere especificamente a opinião autor, baseado em pesquisas teóricas e práticas realizadas nos últimos anos

Mais do que a descrição dos processos contemporâneos que ocorrem atualmente, seja de âmbito econômico, social ou tecnológico, descreve-se nesse momento uma provável mudança estrutural ocorrida no fim de 2012, que acarretou numa modificação global do potencial material e suas consequentes repercussões. Naturalmente, não se tem a intenção de se aprofundar nessa análise, mas fundamentar algumas referências para os pesquisadores.

Parte-se do pressuposto de que o resultado do que conhecemos (ou conhecíamos) como equilíbrio dinâmico dos aspectos físico-energéticos se baseia numa interação de relações complexas provenientes não somente do planeta, o que denominamos de Natureza (Di Qi) e de nós mesmos (Ren Qi), como também das inter-relações gravitacionais da Terra com o sistema solar, as estrelas da nossa e de outras galáxias os e buracos negros, próximos e distantes (Tian Qi). Sobre esse aspecto, uma modificação nesses eixos de estabilidade “cósmica” poderia gerar um efeito que modificaria, em tese, o funcionamento do que se conhece como realidade física. E parece que foi isso que aconteceu.

Como processo, naturalmente tal condição vem num crescente secular, no que se pode denominar de sutilização da matéria. Nos anos recentes, os choques energéticos vinham sendo cada vez mais constantes e menos espaçados (mais do que nas últimas décadas), sendo que alguns deles tiveram grande intensidade e impacto (tendo o seu ápice em 2012).

Sutilização refere-se ao processo que culmina na diminuição da “densidade material”, fazendo que a mesma torne-se, como o próprio termo explicita, mais sutil, menos estável e muito mais influenciável pela comunicação proveniente do intercâmbio energético-espiritual. Em suma, estamos mais sensíveis, percebendo mais as instabilidades emocionais que antes eram passiveis de serem mascaradas razoavelmente e as incertezas da própria existência, acelerando o que os físicos teóricos provavelmente chamariam de colapso das probabilidades da função de onda quântica e, por conseguinte, estimulando, sobretudo, as somatizações desses potenciais reativos / caóticos no processo biológico da vida. Sob esse ponto de vista, podemos dizer que estamos cada vez mais responsáveis pelas consequências das nossas escolhas e pela manutenção da energia pessoal partir de agora, o que nos torna, em parte, coparticipantes (não no mero sentido “místico new age do amor incondicional” ou no pensamento positivista pseudo-empreendedor), mas na reflexão das posturas mais intrínsecas que reverberam no Ser.

Nesse ínterim, uma das modificações mais estruturais que parecem ter ocorrido foi a perda sistêmica da eficiência de ativações magístico-formais baseadas na ativação de egrégora pelo reforço da memória ancestral (akash), tais como gráficos radiônicos / radiestésicos, rituais que utilizam pontos riscados (umbanda, etc), símbolos sagrados (como reiki), alguns tipos de oração / mantras, entre outros. No Feng Shui, as harmonizações denominadas de paliativas, com o uso de objetos específicos que tem a função de estabelecer um equilíbrio entre as dinâmicas dos 5 ciclos (elementos) também possivelmente perderam vigor de atuação, por estarem associados à forma. Parece-me que o efeito reativo dessa mudança de funcionamento levanta uma questão provocativa: o quanto esperamos em demasia por uma solução externa, algo o que resolva o problema para nós sem que precisemos sair da zona de conforto e nem questionar os nossos hábitos?

Um fato parece estar claro: estamos sentindo mais os processos intra (carências, dores e potencialidades adormecidas) e interpessoais (empatia). Como estamos condicionados a um sistema de forças (e não de ideias), costumamos responder aos incômodos existenciais com um vigor exasperado, seja no aumento da dose de remédios, na reatividade emocional, no radicalismo do discurso moral ou religioso, na intensidade dos estímulos virtuais ou catárticos que ampliam a distração aos pés da alienação ou, no caso das técnicas de equilíbrio ambiental, no incremento do uso de parafernálias esotéricas ou aplicação de segredos místicos na casa que prometem um fluxo harmônico de possibilidades mas que acabam, nesses novos tempos e por muitas vezes, gerando desapontamento pelas expectativas não atingidas.

Assim, averígua-se um momento muito peculiar no Feng Shui: por um lado, uma certa frustração pela ineficiência de não ser mais um método que garante saúde abundante, relacionamentos perfeitos e prosperidade blindada. Por outro, uma oportunidade de talvez desmistificar tal ilusão, alinhando as tradições, escolas e técnicas do Kan Yu a uma nova proposta de atuação: a de estimular o diálogo imanente entre os moradores, usuários e a construção, não mais no que tange a eliminação rápida dos problemas por um efeito externo, mas sim uma das ferramentas conscienciais que auxiliam no incremento do questionamento interno, aumento dos referenciais intrapessoais e, por fim, na melhora na qualidade de vida, esta última sendo vista como um fator dinâmico, em constante modificação e sem garantias estáticas.


Então, o que seria um Feng Shui do futuro? Apenas uma retomada do antigo ou um nascimento de algo novo, uma releitura dinâmica das técnicas tradicionais para um homem menos transcendental, que aceita o devir como ferramenta de reconstrução em Si mesmo?

 

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