Mesmo com perímetro cefálico dentro da normalidade, crianças podem ser afetadas por lesões neurológicas e oculares graves após contaminação pelo vírus da Zika
No dia 7 de junho de 2016, foi confirmado o primeiro caso de Síndrome do Zika Congênita sem microcefalia. Embora a criança tenha nascido com perímetro cefálico dentro da normalidade para a sua idade, ela apresenta lesões neurológicas e oculares graves.
A comprovação veio a partir da existência de anticorpos para o vírus da Zika detectada em um exame do líquor - líquido cérebro-espinhal. Este caso confirma o que especialistas vêm tentando alertar há algum tempo: a microcefalia do feto não é a principal consequência da infecção da gestante pelo vírus da Zika.
“Fetos comprometidos pelo vírus Zika são casos graves, com alterações importantes, como dilatação nos ventrículos cerebrais, calcificações intracranianas, diminuição acentuada do córtex cerebral, alterações oftalmológicas severas, diminuição da acuidade auditiva e rigidez articular”.
Ou seja, os problemas causados pela doença são muito mais sérios do que o eventual desenvolvimento anormal do crânio dos bebês. Por este motivo, é muito importante que profissionais de saúde, imprensa e também a população conheçam a denominação ‘Síndrome da Zika Congênita’.
O que se vê atualmente é uma relação imediata do Zika vírus com a microcefalia, que acaba minimizando o problema, iludindo a população e, especialmente, as grávidas e mães destas crianças, com a falsa esperança de se tratar apenas de uma anomalia sem maiores consequências.
O que é a microcefalia?
Por definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) e aceita por geneticistas em todo o mundo, a microcefalia é caracterizada pelo perímetro cefálico dois ou mais desvios-padrão abaixo da média. Ou seja, independentemente da causa, a constatação do perímetro cefálico inferior a 32 cm em recém-nascidos confirma o diagnóstico de microcefalia.
A microcefalia pode ser primária ou secundária. A microcefalia primária é de determinação genética por mutações gênicas ou aberrações cromossômicas. A microcefalia secundária é causada por exemplo por consumo exagerado de álcool pela mãe ou infecções maternas por sífilis, citomegalovírus, toxoplasmose, rubéola ou Zika.
Portanto, diversos são os motivos que levam à microcefalia, cada qual com suas particularidades e consequências, explica o Dr. Thomaz Gollop, professor livre-docente em genética médica pela Universidade de São Paulo.
A microcefalia que vem ganhando espaço na imprensa, consequência da infecção pelo Zika vírus, já gerou mais de 7 mil notificações desde outubro do ano passado, 95 delas somente na primeira semana de maio deste ano, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde.
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