3ª e última parte

Antes de seguirmos nossa viagem para outras paragens, detenhamo-nos mais uma vez em Superstições.

Elas também foram muito usadas como uma forma de desejo que algum evento ou acontecimento fosse “bem”. Já vimos isso com o pé de co;elho, que sempre foi um amuleto de “boa sorte”. Nos casamentos, jogar arroz sobre os noivos na saída da igreja para que tenham prosperidade; e ainda nos casamentos, compartilham-se os votos de boa sorte quando a noiva joga seu buque para as outras moças solteiras e a que o agarrar, passa a ter a esperança de ser a próxima “felizarda”.

Ao filho partir para uma longa viagem a terras novas e estranhas; ou pior – para a guerra... as mães sempre dão-lhe alguma lembrança especial, uma medalha de santo ou uma jóia de família, para que esta acompanhe e guarde de quaisquer perigos.

Costumes que hoje se perderam, mas que tinham muito de esforço de vaticinar e determinar que a empresa que estivesse para ser iniciada fosse bem abençoada: Não se devia viajar no último dia da semana ou do mês e sim no primeiro para que tudo tivesse um “bom início”. Não se devia ir no dia 13 ainda mais se fosse uma sexta-feira; não se devia começar algo novo com mau tempo e sim esperar o calor e a energia do Sol; e coisas do gênero, das quais hoje rimos, mas aqueles que acreditam, levam muito a sério.

Antes da partida, uma refeição especial, em família. E se houvesse galinha, fazia-se o jogo da sorte. E se não fosse possível cumprir os pequenos ritos que nos consolassem então se buscava a ajuda de alguém mais.

Todos esses pequenos requintes já eram formas de jogo divinatório. Mas conforme a importância do evento e do significado, ele poderia ser motivo bastante de uma solene leitura de cartas ou de tarô, mas podiam não “ser suficientes”. Procurava-se então alguém que jogasse cartas ou algum outro tipo de técnica divinatória que é de que falaremos a partir do próximo mês.

Portanto, vemos que as superstições, acabam nos conduzindo para as técnicas divinatórias, e por outro lado, as razões pelas quais se tornam tão populares é principalmente porque neutralizam nossos medos com esperanças. Reforçam nossa carência, nossa insegurança, alimentando nossa necessidade de contarmos com uma proteção de uma força superior ainda que invisível e desconhecida. Porque somos assim? Tem explicação, mas é uma longa história para ser contada outra hora.

O importante neste momento é aceitarmos nossa realidade e nossas limitações e procurarmos vivenciá-las o melhor possível para que nossa própria vida seja mais amena uma vez que tais coisas são parte da nossa quintessência...

É pena que haja pessoas que ficam obcecadas de forma até perigosa. Curioso é que quanto mais “materialista” a pessoa, tanto maior a dependência que desenvolve de tais vaticínios. Conheci um artista do cinema brasileiro que lia o horóscopo do jornal do dia e se este dissesse que iria chover, mesmo havendo um brilhante Sol no céu, ele só saía com guarda-chuva, capa e galochas.

Muitas pessoas acham que constroem seus relacionamentos quando os vates os favorecem. Infelizmente, são as pessoas mais inseguras e que mais sofrem porque não é como realmente as coisas marcham. Geralmente são pessoas que são do tipo “tudo ou nada”.

Não há nenhuma divindade lá por cima velando para que sejam satisfeitas as nossas vontades, até porque se envolvem mais de uma pessoa, ainda que a “minha” vontade mereça ser atendida, como mudar as regras do jogo de pessoas que nem sabem de nada? Não é nem justo.

E se houver algum poder divino velando por nós e nossas vulnerabilidades; com certeza não fará por nós o que nós somos capazes e devemos fazer por nós mesmos. Poderá até fazer algo especial que nós não seriamos capazes de fazer... mas aí seria produzir um milagre!

 

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