Uma nova proposta para se analisar as edificações


Desafios, Transformações Cognitivas e Mudança de Postura

Parafraseando uma amiga consultora: “atualmente não tá fácil pra ninguém!”. Sem dúvida, tal colocação parece ser muito pertinente nos Novos Tempos, seja por uma perspectiva financeira, de saúde ou principalmente emocional. Se por um lado os sintomas estão cada vez mais aflorados e os incômodos atuam numa crescente por vezes quase insuportável, por outro se nota o aumento das tentativas de escape, seja pela exaltação do oposto (aparência de alegria imensurável e vida plena nas mídias sociais – falsa, no caso), pela procura incessante de formas de distração, figurativamente denominadas como celebração (supostas festas incríveis, viagens inacreditáveis e outras formas virtuais de alienação) ou pela negação das responsabilidades, a partir de um isolamento passivo “bunkeriano” (“melhor não me envolver senão sobra pra mim”) ou mesmo reativo (“alguém precisa resgatar a verdade ancestral”).

Se as crises e desafios são muitos (e além do potencial equilibrante de qualquer técnica de harmonização rápida, por serem estruturais), haveria alguma forma de lidarmos com esse período tão singular de uma maneira mais sábia e menos caótica, não tentando apenas sobreviver aos choques (“custe o que custar”), mas sim permanecer minimamente estável, a viver eticamente em meio a transformações que não parecem cessar tão cedo?

No meu ponto de vista, um dos pontos seria a melhora da Relação Intrapessoal. Nesse sentido, refiro-me a maneira de olhar a si mesmo, de se autoconhecer (sobretudo abrindo a possibilidade de se estar mais atento e observador com relação aos aspectos mais desafiadores internas que estão emergindo e às possíveis sabotagens emocionais, mas sem ser engolido pela culpa ou angústia de si). Perceba que isso significaria observar com neutralidade (com menos juízos de valor) os processos e reações que de vem à tona, mesmo que não se saiba ou defina claramente o que fazer (pois o ponto não é a eliminação de problema pelo viés rápido, mas estar mais lúcido da existência desse mecanismo de sabotagem que reaparece de tempos em tempos, a partir de nós). Para esse reconhecimento intrínseco, um dos meios mais eficientes, na visão do autor, são as práticas cotidianas de Bioenergia (não confundir com bioenergética) baseadas na percepção do Sentir a Si como potencial espiritual expressado no corpo físico. Tais exercícios, antes do que resolver questões cotidianas, tem a função de equalizar os potenciais de caos e ordem interna num parâmetro equidistante e funcional, nos Novos Tempos (o que acaba sendo traduzido como ganho de estabilidade dinâmica). Mais do que isso, é uma prática pessoal e intransferível, onde não há uma pessoa numa condição vitimizante de sofredor que necessita que o outro limpe a sua aura, chakras ou o que for, mas sim uma postura de reafirmação da escolha pela responsabilidade energética de si mesmo.

Outro aspecto relevante é a noção de Esperança. Nesse sentido não me atenho ao radical Esperar, como aquele que sonha por dias melhores, mas aguarda que alguém ou alguma força maior resolva a questão particular, tal qual na obra de Samuel Becket. Nem me refiro ao argumento auto motivacional do pensamento positivo que usa o subterfúgio da “mente criadora” para transformar tudo em chavão quântico, seja uma vaga de estacionamento requerida, uma foto kirlian ou a paz mundial. Na verdade, aqui faço a menção ao termo destacado pelo filósofo e educador Mario Sérgio Cortella, o de Esperançar ou da Esperança Ativa, que “(...) é ser capaz de recusar aquilo que apodrece a nossa capacidade de integridade e a nossa fé ativa nas obras. Esperança é a capacidade de olhar e reagir àquilo que parece não ter saída (...)”.

Assim, se o Trabalho Intrapessoal é aliado à perspectiva da Esperança como fator renovador, e tendo em vista que cada revisão interior se baseia no reforço da Escolha Interna por transformação e mudança, onde se encaixa a ferramenta do Feng Shui? Provavelmente e, sobretudo, num Espelho de possibilidades que auxilia o morador a dialogar com a diferença e sentir a equivalência de si mesmo no externo, algo além do seu próprio reflexo distorcido pela memória e consternado pelos hábitos. Mas seríamos assim capazes de nos enxergarmos sob tal perspectiva imanente? Minha Esperança é que sim...


- Uma Nova Abordagem –
A Casa Consciencial


De acordo com os artigos por mim apresentados nesse um ano e meio, aqui no Jornal O Legado, provavelmente já se entende que Casa Consciencial naturalmente não se refere a um lar que é consciente e sabe o que quer, na qual os moradores se submetem a vontades misteriosas pré-estabelecidas para garantir um futuro próspero ou mesmo lutam bravamente para tentar controlá-la. Também não significa ser um local fruto de um estado “zen” iluminado que abençoa a todos os habitantes com abraços amorosos de bem viver devocional. Na verdade, o termo faz referência direta à respeito de um novo olhar das técnicas tradicionais e do ato de morar em si, além de acrescentar outras metodologias de pesquisa e atuação que poderão servir de ferramentas para a Nova Realidade.

Para isso, o conceito Casa Consciencial será desdobrada em outras quatro, para facilitar a didática. Estas poderão ser analisadas individualmente, mas seria interessante atingir um equilíbrio dinâmico coeso e equidistante (não focado num viés apenas) para fomentar um incremento qualitativo. São elas:

1) A Casa Emocional: representa o que a construção oferece em termos de aprendizado e estímulo psicoemocional. É também relacionado à maneira proativa, reativa ou mesmo passiva que os moradores respondem aos potenciais e desafios pessoais, a partir dos hábitos e escolhas (sendo destacados, como linguagem, pelo local), o que pode estabelecer um ambiente aprazível ou instável, do ponto de vista emocional. Uma das ferramentas mais compatíveis, pelo Feng Shui Tradicional, seria o sistema Ba Zhai (oito Palácios);

2) A Casa Probabilística: relaciona-se com os estudos de tendências e ocorrências redundantes baseadas nas relações dhármico-kármicas entre a construção e os moradores, respectivamente. Aborda eventos circunstanciais e aspectos relevantes (concretos e em potencial de probabilidade) alinhando-os enquanto entendimento e possibilidade de mudança pessoal, sobretudo na capacidade de escolha e gestão dos resultados atraídos. Como ferramenta relevante, destaca-se o Xuan Kong Fei Xing (Vazio Misterioso das Estrelas Voadoras);

3) A Casa Bioenergética (enquanto Bioenergia): não se refere a uma edificação que harmoniza os moradores, mas sim o oposto. Lida com a postura do indivíduo de manter o lar minimante estável em termos energético-espirituais, pelo reforço da responsabilidade de si enquanto potencial cocriativo imanente. Relaciona-se com a capacidade gerar equilíbrio dinâmico, “aparar” arestas energéticas e estabelecer uma egrégora harmônica para a infraestrutura geral da vida. O mais interessante é que esse tema não deve ser visto como algo salvacionista e que se faz algumas vezes apenas (como uma solução rápida, quando as coisas já estão péssimas), mas uma rotina que envolve dedicação, cuidado e escolha pessoal, sendo um dos tópicos mais importantes nos Novos Tempos. Conforme se conota, relaciona-se diretamente com as práticas de equalização pessoal (bioenergia, meditação, etc);

4) A Casa Protorreferencial: pode ser considerada uma extensão da proposta acima, sendo que o ponto vai além de uma equalização ambiental pelo trabalho energético pessoal, mas um processo constante de autoconhecimento pessoal baseado nos exercícios de se Sentir como fluxo da Consciência. Algumas vezes expressada como conexões intra e interpessoais que se fundamentam na Lembrança de Si (não necessariamente nos termos espíritas de vidas passadas ou no resgate de algo mais puro, mas como aspectos de construção referencial atrelados ao potencial de Escolha). É uma das características mais desafiadoras, mas ao mesmo tempo muito intrigante, pois estimula no local (naturalmente a partir das pessoas), uma âncora referencial além da sobrevivência e bem-estar no cotidiano apenas, mas algo correlacionado com potenciais cósmicos e ligações com pontos focais de equilíbrio energético planetário. Representa o se conhecer da forma mais direta, árdua e profunda; mais do que uma simples curiosidade mística, é uma escolha de caminho existencial.

Assim, estes 4 aspectos formariam o conceito da Casa Consciencial. Salienta-se que, independentemente de seguir ou não os parâmetros aqui apresentados, as Casas Emocional e Probabilística não se referem a quem pratica os sistemas Ba Zhai e (ou) Fei Xing somente, mas a maneira como que se abordam e aplicam tais métodos. Se a Casa Protorreferencial for uma utopia para alguns (não como algo ilusório ou ideal, mas como referência de caminhada para o presente), a Casa Bioenergética talvez seja a ponte do momento para abrir caminho para tal tópico, como uma ferramenta pessoal atuante. Aliás, considero esta última o instrumento imprescindível nos Novos Tempos, para manter dinamicamente os processos energéticos particulares minimante equalizados (incluindo a sanidade psicoemocional e espiritual). Nesse sentido, a importância da Casa Bioenergética é maior ainda, já que parece atuar na potencialidade de lucidez e ordem interna que afeta positivamente os dois primeiros tipos de casas.
    
Nota-se que a função dessa proposta não é dar respostas aos vários casos possíveis, mas sim proporcionar novas ideias e abordagens, que naturalmente deverão ser refletidas, tanto pelos clientes que procuram o tema, mas, sobretudo, pelos consultores e pesquisadores. Se caso alguns pontos levantados incrementem ou mesmo ressoem com os questionamentos que muitos já parecem fazer em silêncio, que os escritos possam servir de inspiração para uma outra maneira de olhar as sutilezas proporcionadas pela poesia dos Ventos e das Águas. E, sem dúvida, comprovam que há muitas moradas e quartos vazios esperando ser abertos pelas facetas da alma humana...




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