O Centro de Tradições Nordestinas (CTN), em São Paulo, vem a público repudiar o comportamento ofensivo sofrido por nordestinos de todo o país após o resultado das eleições presidenciais de 2014.
Mais uma vez as redes sociais são palanque para exposição de inúmeras postagens e comentários preconceituosos contra os nordestinos. Uma parcela de eleitores insatisfeitos com o resultado do pleito iniciou uma campanha de ódio e intolerância, na tentativa de desconstruir a índole e a inteligibilidade das pessoas que nasceram nessa região. São vídeos, montagens, charges, caricaturas e textos que se espalham nas redes sociais. A promoção do terror chega a patamares absurdos, com pedidos separatistas e de governos diferenciados.
O CTN desaprova todas essas manifestações de preconceito contra os nordestinos e entende que ofender e diminuir qualquer pessoa pela sua origem geográfica atenta contra os direitos humanos e é incompatível com uma sociedade civilizada. Para além de um comportamento lamentável, essas manifestações de intolerância são caracterizadas como crime de discriminação ou de preconceito de procedência nacional, regido pela Lei nº 7.716/89.
Nossa posição, enquanto Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) é apartidária. Estamos comprometidos com o respeito à soberania do Estado e à decisão majoritária de um povo, que acima de ser nordestino, sudestino, nortista ou sulista é brasileiro.
O CTN reitera seu compromisso pelo:
1 – Combate à discriminação contra os nordestinos, que migraram e residem no estado de São Paulo;
2 – Valorização da identidade cultural nordestina dentro do Estado de São Paulo;
3 – Promoção da conciliação entre paulistas e nordestinos residentes em São Paulo.
A entidade, dentro de suas atividades, contribui ao longo desses 23 anos para o processo de conscientização da igualdade e do respeito entre os povos. Não podemos rotular e descaracterizar a importância de um povo, que tanto participou da história e crescimento do nosso país. Aclamamos os nordestinos como um povo aguerrido, forte, combatente das mazelas da vida e, particularmente, virtuoso em sua expressão cultural e social.
Por esse motivo, o CTN defende que o eleitor deve ser respeitado em suas escolhas, independente da região onde nasceu ou de suas motivações para votar. Querer tornar a nossa opinião em verdade absoluta é um atentado à democracia. Nossa bandeira é que as diferenças regionais não nos separarem, e um sentimento unificado de ser brasileiro possa prevalecer.
Renata Abreu
Presidente do CTN
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