Muito se diz sobre as Profecias Maias para este ano de 2012, o Jornal O Legado foi ouvir Adilson Silva Ramachandra, gerente editorial do Grupo Editorial Pensamento,
professor de História da Filosofia, pesquisador e estudioso sobre o tema 2012
Jornal O Legado - Muito se tem falado sobre o fim do mundo em 2012, seja no cinema, na literatura ou nas conversas entre os leigos. O senhor acredita nisso? Se sim, porque os boatos sobre 2012 seriam mais pertinentes do que os anteriores?
Adilson Silva Ramachandra - Em fim do mundo eu não acredito, mas em um fim de ciclo sim. Os Maias tinham um calendário de longa duração que ia de 5113 aC. a 2012 dC., e data final (2012) seria o fim do “quinto sol” e o início de um “sexto sol”. Mas o que isto significa? Este ciclo de 7.125 anos faz parte de um ciclo maior de 25.920 anos, chamado de Precessão dos Equinócios , que trata-se de um fenômeno astronômico.
A precessão é um movimento periódico do eixo de rotação da Terra, correspondente a variação da eclíptica (plano da órbita da Terra ao redor do sol em relação à linha do Equador), sendo que o eixo terrestre movimenta-se para trás em relação à esfera celeste.
Então, por conta de o fim do calendário Maia coincidir com os números da Precessão, as pessoas percebem que há fatos científicos por trás de uma antiga profecia, ficando dessa forma, mais alarmadas e passam a dar mais importância ao assunto.
Este “fim de ciclo” é normalmente marcado por mudanças no eixo magnético da Terra, trazendo mudanças no eixo geográfico e gerando cataclismos. Já aconteceu antes, e pós 2012 voltará a acontecer. A diferença entre fim de ciclo e destruição total é esta, o ano de 2012 marca o fim de um ciclo e o início de outro.
JOL - Até que ponto o senhor acredita que há fundamentos científicos e religiosos para comprovarem essa tese e até onde vai o sensacionalismo sobre o fato?
ASR - Neste caso não se trata de crença, de realmente acreditar ou não. Há fatos científicos sim, principalmente no que diz respeito à geologia, astronomia e arqueoastronomia, a ciência que estuda antigos mapas estelares e suas relações com determinados sítios arqueológicos. Cada povo, cada religião, tem a sua “prova” ou crença sobre o fim do mundo (o Apocalipse, como é chamado pelos cristãos) que na realidade é o início de uma Nova Era, como os Maias falam no Livro das Revelações sobre grandes mudanças. Se a vida cotidiana, que dia a dia faz com que o comum se torne um novo “reality show” sensacionalista por meio da mídia, fato que ocorre quase sempre em nossa sociedade atual, que dirá então um tema como mais um suposto fim do mundo? Ora, acaba realmente se transformando em um fenômeno sensacionalista nas mãos de pessoas mal informadas que acreditam no que vêem em mais um filme catástrofe hollywoodiano como tantos outros.
JOL - Com o filme "2012" você notou aumento na procura de livros do gênero? Qual o mais vendido e por quê?
ASR - Bem, como a nossa editora (Pensamento-Cultrix) desde sua fundação em 1907, há 102 anos, sempre publicou livros ligados ao esoterismo, orientalismo e outras tradições espirituais, o tema 2012 já é por nós, e também pelo nosso público, bastante conhecido.
Em 1987 quando o assunto era restrito a poucos grupos que estudavam o Calendário Maia, saímos na frente e publicamos o livro “O Fator Maia”, de José Arguelles, estudo pioneiro que foi depois seguido por outros pesquisadores e cientistas em geral.
O interesse pelo calendário Maia e o fenômeno 2012 se intensificou com a publicação do livro “O Código de Órion” de Patrick Geryl em 2006. De lá pra cá, este assunto foi tomando um corpo de importância tão grande que resolvemos lançar os outros livros deste autor e buscar por outras obras de qualidade e valor científico mesmo que se tratasse apenas de obras de divulgação.
Com o lançamento do novo livro de Patrick Geryl, “Como sobreviver a 2012” os números de vendagem sobre este assunto em nosso catálogo dispararam, e este, até agora, é o livro mais vendido porque como o próprio título nos conta, trata-se de um manual de sobrevivência.
JOL - Algumas pessoas acreditam que a força do pensamento pode interferir no curso natural das coisas. O senhor acredita que a divulgação do novo filme, o aumento na procura por livros do gênero e a consequente "mentalização" coletiva sobre o assunto poderiam causar realmente esse fenômeno?
ASR - Muitas pessoas acreditam que as ondas eletromagnéticas do cérebro humano afetam o campo eletromagnético da Terra, e quanto mais pensamos sobre um determinado assunto, mais ele tem a probabilidade de tornar-se real.
Então neste caso, a disseminação de livros, filmes e reportagens como esta sobre o assunto, afetaria o campo eletromagnético da Terra como reação das ondas eletromagnéticas emitidas pela mente dos homens, que estariam se ocupando com pensamentos sobre o fim do mundo. Mas isso é um mistério que acho que “nem Freud explica.”
JOL - Se tivesse certeza de que o mundo realmente iria acabar com data marcada, o que faria em suas últimas 24 horas?
ASR - Se começasse com catástrofes, procuraria ajudar da melhor forma possível. Se simplesmente fosse “tudo pelos ares” de uma só vez, simplesmente ficaria meditando para que tudo acabasse da melhor maneira.
Colaborou nesta entrevista: Camila Tuboi - Hayai Assessoria
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