A Ciência Ayurvédica XXVIII


Introdução

No capítulo XXVII, introduzimos uma longa lista – embora parcial – das plantas ayurvédicas medicinais. Para que pesquisadores/as, estudiosos/as e outros/as interessados/as, possam conhecer tais plantas. E, se beneficiarem diretamente com a construção desse conhecimento.
Neste capítulo atual, vamos tratar sobre os óleos ayurvédicos medicinais, com suas diversas propriedades, combinações, formas de aplicações, manuseio e benefícios.

Esclarecemos desde já, que pela própria abrangência e profundidade do tema, este capítulo será seguido de outros sobre o mesmo assunto. Até chegarmos há uma longa lista dos óleos ayurvédicos medicinais, ainda que não conclusiva, pois isto seria impossível.

Lembramos também, que todos os conceitos, princípios e fundamentações aqui apresentados, são oriundos dos textos clássicos milenares – sobre Medicina Ayurvédica – que citamos exaustivamente como referências sólidas, em capítulos anteriores.

Lembramos mais, que em diversas ocasiões, tivemos e teremos que adequar a linguagem às circunstâncias, necessidades e realidades do presente. Em função das mais diferentes mudanças e alterações de todos os tipos, que naturalmente ocorreram ao longo de tanto tempo.

Desenvolvimento

Sobre as vinte Gunas ou vinte pares de opostos pouco conhecidos

A este respeito – por exemplo – de imediato vamos abordar a existência de vinte Gunas desconhecidas, mas que constam dos textos clássicos e, que claramente devem ser consideradas em qualquer ocasião na atualidade.

 Pois as mesmas vão fazer toda a diferença numa elaboração de fórmula de um determinado óleo ayurvédico medicinal. Ao contrário, de como observamos freqüentemente, de só se abordar as trigunas Sattva, Rajas e Tamas no que se refere a determinados tipos de tratamentos.
 Seja dos sete Dathus, ou, seja de processos de alterações somatológicas emocional, nervosa ou psicológica.

As vinte Gunas desconhecidas e importantes são as seguintes

Guna Áspera versus Guna Escorregadia
Guna Dura versus Guna Mole
Guna Densa versus Guna Líquida
Guna Enevoada versus Guna Nítida
Guna Estática versus Guna Móvel
Guna Fria versus Guna Quente
Guna Grosseira versus Guna Sutíl
Guna Lenta ou Obtusa versus Guna Rápida ou Aguda
Guna Leve versus Guna Pesada
Guna Oleósa versus Guna Seca

Sabendo-se da existência destas vinte Gunas que se antepõem aos pares, seja no ambiente da natureza, seja no organismo de qualquer pessoa, ficará mais fácil entender não só as funções, mas também os inúmeros benefícios advindos do conhecimento e possíveis finalidades e aplicações dos óleos.

Abordando e distinguindo as propriedades e funções dos óleos ayurvédicos

Um aspecto inicial que cabe abordarmos, a priori, é a existência dos óleos vegetais, também conhecidos como carreadores, em suas funções como veículos para aplicação e difusão em casos gerais ou específicos. E por outro lado, os óleos essenciais que são de inúmeros tipos e para inúmeras finalidades propedêuticas ou terapêuticas e altamente concentrados.

Ambos estes óleos tanto podem ser utilizados isoladamente, ou compostos em fórmulas com possíveis fusões e necessárias potencializações, que tanto pode ser de um por um, embora evidentemente em quantidades diferentes. Sempre quantidades maiores de um determinado óleo vegetal e relação a um determinado óleo essência.

Por exemplo, noventa a noventa e cinco Mls de óleo vegetal de amêndoa para cinco Mls de óleo essencial de jojoba ou então de manjericão, dependendo do caso. A composição também pode ser diferente, envolvendo por exemplo, um tipo de óleo vegetal – como o óleo de semente de uvas – para três diferentes tipos de óleos essenciais, para um caso específico.

Da mesma forma, a composição em termos de Mls, também é muito variada, dependendo do conhecimento sobre possíveis fórmulas e do resultado que se esta buscando.

Pois a variação das formulas, depende tanto do conhecimento de quem irá elaborar um determinado compósito, quanto da questão a ser tratada de forma propedêutica ou terapêutica, ou ainda, da disponibilidade seja de um tipo de óleo vegetal mais adequado, seja de um tipo ou mais de óleos essenciais específicos para uma determinada necessidade.

Outro ponto também importante a ser colocado, é que um compósito de óleo, ou seja, ele já preparada e pronto, pode ser aplicado frio, morno ou quente, dependendo da necessidade ou até mesmo da situação.

Cabe destacar ainda, que há os mais diferentes tipos de óleos, com diferentes densidades, cores, sabores, odores, oleosidade, viscosidade, propriedade. E, que tanto podem ser aplicados de diferentes formas sobre o corpo, neste caso levando o nome ou de Sneha, Snehana, Abhyaia ou Abhyanga, que são quatro diferentes formas de aplicação ou procedimento. E também, há óleos para serem bebidos, para serem aplicados sobre os olhos (Tarpana ou Tarpanan), para serem pingados nas narinas, nos ouvidos, no umbigo ou em outras regiões específicas do corpo.

Fica claro então, que não existe uma fórmula específica para um caso específico, mas sim uma variedade de diferentes fórmulas, que podem ser aplicadas tanto a um caso específico quanto a outros possíveis diferentes casos. O que se diferencia sempre é o princípio propedêutico do princípio terapêutico na preparação dos mesmos.

Outras informações muito importantes sobre os óleos ayurvédicos

Lembremos que o organismo é extremamente complexo e delicado, com inúmeras funções que se baseiam entre outras, no Anabolismo, no Catabolismo e no Metabolismo. Incluindo-se ai, as funções dos grandes sistemas, dos quais o principal é o Sistema Imunológico, cujos elementos fundamentais são a Linfa, que nasce no Sistema Intestinal e seus 400 Gânglios Linfáticos, que distribuem as células linfáticas de defesa e proteção por todas as regiões orgânicas.

Há também apele que é o maior órgão do corpo e que também, atua diretamente com o Anabolismo, Catabolismo e Metabolismo. Neste caso, quando um óleo ayurvédico medicinal é aplicado sobre a mesma, esta, na sua função de assimilação é ricamente nutrida e além de se rejuvenescer, também envia nutrição a todas as outras estruturas internas do organismo, beneficiando profundamente o mesmo. Neste caso, o primeiro elemento a ser beneficiado e enriquecido é o plasma, seguido por glândulas, órgãos e sistema ósseo.

Todavia, quando abordamos os benefícios diretos advindos da utilização adequada dos óleos ayurvédicos medicinais, também, cabe destacarmos que quando se utiliza um elemento, por exemplo um creme ou loção sintética química na pele, uma pasta sintética química, um óleo comum sintético, todos estes vendidos em farmácias como produtos de beleza, ao contrário do que se pode pensar, tais elementos sintéticos, causam alterações e danos no organismo como um todo.

Basta lembrarmos, que a pele – que reveste todo o organismo – é formada por milhões de minúsculos poros. E que assim que algo é aplicado sobre a mesma, tais poros por meio do Anabolismo, Catabolismo e Metabolismo, assimilam qualquer substância aplicada sobre a pele e internalizam e distribuem a mesma para o interior.

A partir dai, ocorrem disfunções de diferente natureza, primeiro no Anabolismo, no Catabolismo e no Metabolismo. E após, nós órgãos, nas glândulas e nos gânglios. E tudo isto efetivamente, pode ao longo do tempo, causar algum tipo de doença.

Tais doenças vão depender da freqüência da aplicação de tais cremes químicos e loções e óleos sintéticos, sempre com embalagens bonitas, destacando falsas mensagens de beleza ou de rejuvenescimento.  Até porque, basta ler suas fórmulas para ali localizar, subprodutos do petróleo como a parafina, o benzeno, o parabenos e outras substâncias tóxicas e pesadas, tão cancerígenas como estas.

Os óleos sintéticos – e não naturais – também são altamente tóxicos e contaminantes do organismo. Existem ainda outros elementos que tanto podem ser utilizados de forma externa sobre o corpo, quanto ingeridos e que também contém toxinas, dioxinas, cadaverinas e putrefacinas. E todos estes elementos químicos e tóxicos, vão causar doenças dos mais diferentes tipos no organismo da pessoa e minar sua saúde e sua imunidade.

Dai a importância de se utilizar somente óleos ayurvédicos medicinais, que além de serem prensados a frio, são naturais e orgânicos, sempre. E que sejam indicados por um/a especialista no assunto, seja para fins propedêuticos, seja para fins terapêuticos.

Na Ayurvéda, tais elementos tóxicos e químicos são conhecidos como AMA, e cabe frisar que na medida em que tais elementos contaminam o organismo de uma pessoa, com o passar do tempo, conseqüentemente contaminam a estrutura psíquica da mesma, causando-lhe algum tipo de insanidade e desequilibrando sua somatologia emocional, nervosa e psicológica.

Evidentemente, existem óleos ayurvédicos medicinais, que não só combatem tais doenças, como também, se corretamente ministrados, podem eliminar as mesmas do organismo de maneira adequada.

Pré conclusão

Este capítulo terá continuidade nos próximos, onde serão demonstrados os benefícios dos óleos medicinais ayurvédicos, e por outro lado, será fornecido nos mesmos, uma longa lista de tais óleos, com suas características de flora e composições.

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