Nos tempos modernos, a crise de valores é matéria-prima dos veículos de comunicação. Todo o avanço científico-tecnológico capaz de proporcionar conforto ao ser humano não foi suficiente para mudar sua natureza egoísta e, consegüentemente, evitar a luta selvagem por conquistas de valor puramente pessoal. É o hedonismo determinando o surgimento da nova ordem social. Divisão anárquica das riquezas mundiais e diferenças marcantes entre as classes sociais. Ato contínuo, a educação tradicional, meio de cultura ideal para o surgimento de famílias bem organizadas e normas sociais estáveis, vai perdendo espaço para propostas indutivas de condutas que tipificam a mencionada crise.
No convívio com diversos grupos sociais, percebemos a existência de vários tipos de comportamento humano. Chamam-nos a atenção três deles, que comentaremos sucintamente a seguir.

Há os que são "melancólicos congênitos". Desacreditam de tudo e vivem mergulhados em desânimo profundo. Abandonaram a fé e posicionaram-se à margem do processo evolutivo, excluídos das possibilidades transformadoras do núcleo sociológico a que pertencem.

Também existem aqueles que são adeptos da "política da terra arrasada". Apregoam a todo instante punições severas e perseguições implacáveis aos seus opositores ideológicos. Revelam-se críticos ácidos com alto poder destrutivo e agem como verdadeiros "cirurgiões" imprudentes. Vêem nas amputações o primeiro remédio em situações que exigiriam maturidade, equilíbrio e juízo crítico flanqueado por um senso de imparcialidade e justiça. São pessoas pusilânimes e desagregadoras do tecido social.

Em terceiro lugar, observamos aqueles que resolvemos denominar "Arautos da Esperança". Caracterizam-se por atitudes industrializadoras do progresso social, mesmo em situações adversas, quando, impulsionados pela inspiração de seus ideais, renovam as forças e seguem adiante. Seus projetos de vida estão embasados na análise racional, conhecimento de experiências anteriores e certeza de que Deus pode nos ajudar nos mais difíceis momentos de nossa existência.

Com certeza, em nosso modo de pensar, o comportamento humano destacado no parágrafo anterior identifica-se melhor com o conceito de participação saudável em nossa sociedade local e comunidade como um todo. Estamos convencidos de que é possível, através do entusiasmo e planejamento racional, implementarmos projetos de vida exeqüíveis e consonantes com os desejos de Deus. Por conseguinte, conquistaremos dias melhores para nós e as pessoas com as quais convivemos. Mudar o passado não é possível, mas, com talento e trabalho continuaremos a construir um mundo melhor, onde as crises existenciais sejam apenas instrumentos para lapidar valores, atitudes e comportamentos.