A coluna vertebral é responsável pela sustentação e movimentação do corpo. Ela é formada por 33 vértebras e em seu centro passa a medula espinhal, uma estrutura que atua como um grande canal de comunicação entre o cérebro e as demais partes do corpo. Por ser uma estrutura sensível, cheia de músculos, nervos e discos é comum que alguns danos acometam a região causando as indesejáveis dores nas costas.
“As dores que acometem a região lombar - entre a última costela e o início da nádega - são as que mais afetam homens e mulheres, perdendo apenas para a cefaleia”, descreve o médico neurocirurgião Paulo Porto de Melo.
Denominada lombalgia, essa dor afeta a coluna lombar e não é considerada uma doença. Entretanto, em alguns casos a dor pode irradiar para pernas com ou sem dormência. “Uma inflamação, infecção, hérnia de disco, escorregamento de vértebra, atroes (processo degenerativo de uma articulação) e o período gestacional podem ser algumas das causas para o aparecimento dos incômodos”, indica o médico.
Tipos de lombalgia
Basicamente, existem dois tipos de lombalgia que são: a lombalgia crônica e a lombalgia aguda.
Qual a diferença?
A aguda é mais frequente em pessoas jovens e, normalmente, surge subitamente depois de um esforço físico. A duração da lombalgia aguda é inferior à duas semanas, mas pode perdurar por cerca de quatro a seis semanas. A lombalgia crônica, entretanto, ocorre na população mais idosa, podendo perdurar pelo período de mais de 12 semanas.
Por que ocorre?
A lombalgia aguda, em uma grande parte dos casos, aparece por causa de uma inflamação das estruturas da região lombar, provocado por um traumatismo, quedas, impactos diretos, movimentos bruscos ou por esforços repetidos de flexão e rotação do tronco, bem como posturas incorretas que causam desgaste dos discos interverterias. “A lombalgia aguda apresenta-se com crises de dor lombar central ou lateralizada que se irradia para as nádegas e face posterior das coxas”, explica Melo.
A lombalgia crônica nem sempre se consegue definir uma causa direta. “Entretanto, alguns fatores de risco podem colaborar para o surgimento da mesma como idade, passado profissional, obesidade, tabagismo, estresse e depressão, bem como questões genéticas e físicas como atividade profissional, postura e mecânica corporal”, informa o médico.
Como tratar?
Na crise aguda de lombalgia, é necessário fazer um repouso absoluto, deitado na cama, de preferência, na posição fetal que é com as pernas encolhidas. Não são recomendadas na fase aguda: tração, manipulação, RPG, cinesioterapia, alongamento, massagem e exercícios físicos. “Alguns analgésicos e anti-inflamatórios podem ser utilizados para tratar os incômodos, desde que sejam receitados pelo médico”, afirma o especialista.
Já nas crises de lombalgia crônica, um tratamento que tem surtido efeito é a Rizotomia por Radiofrequência, uma técnica minimamente invasiva indicada para casos em que a dor não responde ao tratamento conservador, com fisioterapia, RPG, anti-inflamatórios convencionais, analgésicos ou acupuntura, por exemplo. Esse procedimento é realizado mediante sedação superficial. “O objetivo é desabilitar pequenas áreas de condução de estímulos nervosos e, consequentemente, de dor, através das ondas de calor geradas pela radiofrequência. Diante disso, é possível aliviar a percepção da dor crônica de origem facetária em toda a extensão da coluna vertebral. A melhora é imediata, porém, somente após uma semana os resultados são mais nítidos”, finaliza Paulo.
Fonte – Dr. Paulo Porto de Melo (CRM 94.048), médico neurocirurgião formado pela UNIFESP e Colaborador do Departamento de Neurocirurgia de Saint Louis (Missouri- EUA), introdutor e pioneiro da neurocirurgia robótica no Brasil. - www.drpauloportodemelo.com.br
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