"Não existe religião superior à verdade"
Blavatsky

"Eu acredito que nós somos o Espírito de Deus e o Espírito de Deus está dentro de tudo aquilo que vive. Para entender o conceito do povo nativo, você deve redefinir a medicina. Medicina é qualquer coisa que melhore sua conexão Com o Espírito de Deus, com o grande mistério da vida, e com toda a vida.”
Lin Ekstam

A palavra xamã tem origem no verbo compreender/conhecer. Na língua siberiana, manchu-tungus, significa “aquele que compreende” a si e ao mundo que o cerca, ou, segundo os próprios xamãs (pajés), inspirado pelos deuses”

Segundo o xamã Leo Artese: Xamã pode ser homem ou mulher. É o poeta, o mágico, o curandeiro, o conselheiro, o líder espiritual, o contador de historias etc. Sua principal especialidade está ligada aos processos de cura. Quando digo cura, não me refiro apenas ao corpo físico, mas também ao mental, emocional e “espiritual”.

Para atingir seus objetivos o xamã viaja por mundos invisíveis à realidade ordinária, recupera traços perdidos da alma de seus pacientes, conhece o funcionamento da energia universal. Altera níveis de consciência; sempre que deseja, para obter orientação do mundo espiritual; conhece o uso do poder das plantas, evoca seres elementais, utilize, instrumentos que lhe conferem poder, círculos de energia etc.

Os xamãs são os verdadeiros guardiões da Mãe - Terra. Honram tudo que tem vida, trabalham com símbolos naturais do inconsciente pessoal e coletivo e aprendem a interpretá-los para superar obstáculos, praticar a alta magia e rituais de poder pessoal. Nunca estão sozinhos, sempre acompanhados do seu espírito guardião animal e de seus espíritos auxiliares.

O filósofo romeno Mircea Eliade (1907 -1986), um dos, maiores pesquisadores do xamanismo, ensina:

O xamã entra em transe por meio de toques repetitivos de tambor ou utizando-se de ervas (plantas de poder) encontradas em funga ou vegetais aonde destacam-se o peyote e o ritual do santo-daime. No transe o sacerdote xamã é capaz de viajar (vôo mágico) além de seu próprio corpo para adentrar em outro, planos do Universo (astral, subterrâneos etc.) e, principalmente, na alma de algum paciente, pois a maior parte dos desequilíbrios físicos é causada, segundo os xamãs, porque sua alma está perdida e é necessário o "resgate da alma".

Meu primeiro contato com o Reiki Xamânico aconteceu em Bras1ia - DF, em meados de 1993, conversando com a terapeuta e Master Reiki de nome Sucha. Ela, uma pessoa muito especial, contou-me que numa de suas viagens à Índia visitou o Ashram (centro de meditação) do mestre Osho e foi iniciada no Osho Reiki Xamânico com o mestre Prem Aurélio, e no Reiki Tradicional com o equatoriano Akashi Valeju. Voltando ao Brasil montou seus grupos, unido ao Osho Reiki Xamânico seu vasto aprendizado de experiências xamânicas em viagens aos Andes, onde teve iniciações com o xamã Andino Agustín Guzman. Sacha deu o nome a essa técnica de Tinkuna, que seria, a priori, a união dos estilos Reiki Xamânico e Reiki Tradicional. Foi muito bom conhecer e aprender com o trabalho competente dessa terapeuta que nos deixou no início deste século.

Algum tempo depois do contato com Susha, pesquisando na internet, soube do trabalho de Dhyan Vishwa, um Master Reiki que também une em suas iniciações a energia telúrica, yin, da Terra tirada do xamanismo e a energia yang vinda do Céu, do tradicional Reiki.

Desconheço se Shuba ou Dhyan Vishwa usam símbolos xamânicos em suas iniciações. Não recebi iniciação deles em nenhum dos dois estilos, porque estava muito envolvido, na época, com a prática tântrica e não queria misturar egrégoras em minhas meditações. Na época era extremamente radical quanto a isso. Porém, com o tempo, tornei-me mais flexível quanto à união de técnicas que propiciam bem estar. Assim, em 2000, soube de um estilo divulgado timidamente no Brasil de um Reiki Xamânico de nome Amadeus e fui iniciado no mesmo, juntamente com a mestra de meditação, Diana Prem Zeenat e pelo Obea Edmundo Adeagbo.

Amadeus é uma técnica de Reiki diferenciada do Reiki tradicional, desenvolvida nos Estados Unidos em meados do sécu1o XX por Alberto Água, um curandeiro brasileiro. Alberto, conta-se, desde a infância pesquisava técnicas de cura e empunhava as mãos em pessoas desequilibradas que passavam a se sentir muito bem. Sua família tinha contatos com pajés e xamãs, que lhes transmitiam técnicas tribais e seus avós eram curadores.

Utilizando símbolos da tradição Guarani que, segundo Água, foram-lhe transmitidos no Amazonas, pela tradição dos Guaranis de Maramonhangará (do guerreiro curador), ele o simplificou para o chamado homem branco e o nomeou de Amadeus Reiki.

Essa escola de Reiki é muito divulgada na América do Norte, mas estranhei não haver tradição Guarani no Amazonas como descreve Alberto e, sim, na Região Sul do Brasil. Mesmo assim, com algumas dúvidas da eficácia e da origem real do sistema, resolvi receber a iniciação do Obea Edmundo, uma das pessoas mais sérias e competentes que conheço em estudos de tradições e magias. Ainda assim conversei com meus amigos Sergio e Wallquíria, estudiosos da pajelança Guarani e mostrei-lhe os símbolos, assim como a um pajé, e todos foram simpáticos ao me receberem a eficiência e a veracidade dos mesmos.

Após a iniciação também me auto-apliquei o estilo durante meses, e, após sentir sua eficácia, comecei a ministrar grupos desse estilo de Reiki com algumas modificações, acrescentando vários símbolos e técnicas da tradição norte-americana, que estudei principalmente com a xamã Sasha, assim como mantram e técnicas da tradição indígena sul-americana que inclusive, são utilizados no Catimbó – magia natural brasileira – e em meus estudos com meu irmão de coração, Léo Artese.

Em 2004, conheci e fui iniciado no Peru no Ma´heo´o Reiki criado por Sheryl Carter, através de um xamã inca chamado Afonso Alonso. Ma´heo´o significa “O grande espírito” ou “Deus”, na língua nativa americana dos Cheyennes.

Também, por não sentir o sistema tão completo como poderia (talvez não me tenha sido transmitido como deveria), resolvi criar um sistema de nome Shamanic Reiki Self Healing – Mahea.

Mahea representa a Deusa, o aspecto feminino criador de toda a existência. Os povos do passado sempre referiam-se à Deusa Mãe Pachamama (Terra), feminina, protetora, carinhosa, amável, e gentil e não a um Deus como o ocidental muitas vezes se refere: vingativo, repressor, meritório e genioso.

Os símbolos (mandalas), a prática do “Caminho do Céu”, a auto-iniciação no caminho do Guerreiro e os Mantram de poder são utilizados por mim em formações de Mahea e são a união dos estilos Amadeus, Mahea, técnicas do xamanismo sul e norte-americano.

Mantram do Shamanic Reiki Self-Healing

Os xamãs das mais diversas tradições utilizam-se da voz como instrumento musical na prática de canções e mantram. Esses sons, utilizados para cura, exorcismo, e iluminação, são a eles transmitidos por espíritos, guias e animais de poder principalmente quando estão em transe. Os xamãs norte-americanos utilizam muito o som "Ah Hey Ya” como um som de poder e meditação. Um xamã conhecido como Joseph Rael “Bela flecha Pintada”, da tradição ute-tewa, atribui os seguintes significados às palavras utilizadas nos sons xamânicos abaixo:

Ah - purificação (praticamente sinto que ninguém é impuro);
Aye (E) - consciência;
Oh - curiosidade;
Eee - clareza de visão;
Ooo (U) - elevação (sentimento de auto estima).

Tal mantra é pronunciado da seguinte forma: Aaaaaah Heeeeeiiiiiiiiaaaaaa. Ele, juntamente com o som Mahea, pronuncia-se Maaaa heeeeeeeeiiiiiiiaaaaaaaaa são os que mais utilizo nas práticas. No xamanismo brasileiro, também encontramos sons que, se utilizados nas matas ou na natureza com concentração, permitem fortes experiências meditativas.

Nas formações de Reiki Xamânico que ministro, seja nas matas ou na cidade, é comum os alunos entrarem em contato com um animal de poder, guias e, muitas vezes, com energias de antepassados. Há também casos de incorporação de espíritos indígenas, inclusive por pessoas que jamais haviam manifestado mediunidade. Por isso, quando algumas destas práticas forem realizadas sozinhas, é importante manter o autocontrole. Ao entoar um destes mantram xamânicos queime incenso se praticá-lo longe da natureza.

Para despertar o xamã de cura (Curador interior): Abacaem Aaaaaaaaaaabaaaaaacaaaaaaaaaeeeeeeeemmmmmm (se possível visualize um xamã).

Para despertar o guerreiro e sua coragem: Jauarana - Jaaaaaauuuuuaaaaranaaaaa. (No xamanismo considera-se que temos somente dois sentimentos: amor e medo. O amor traz confiança, fé, aventura, felicidade. O medo traz insegurança, timidez, depressão, raiva etc.).

Para contato com a Deusa Mãe, a mãe da Terra e criadora do Planeta: Cunhantam Cuuuuuunhannnnnnnnnnntannnnnnn (sinta o contato com a energia abaixo de seus pés).
Para entrar em contato com Deus Pai, o criador: Tupan Tuuuuuuupaaaaaaaaaaannnnnnnn (perceba toda a energia a sua volta).

Para entrar em contato com o filho/filha da eternidade: Toré -Toooooréééééééééé (sinta-se como o filho/filha da eternidade).

Mantra que nos dá força para conduzir a vida e sermos autêntico: Tonapa – Tooooooonaaaaaaaaapaaaaaaaaaaaaa.

Para entrar em contato com a aldeia das almas, o mundo invisível de nossos ancestrais Tabanga - Taaaaabaaaaaaaangaaaaaaa.

Mantra de cura que se utiliza da energia das florestas e da planta mágica Jurema: Jurema – Juuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuureeeeeeeeeeeeeeeeeemaaaaaaaaaaa.

Puma ou jaguar (força): Yawara - Yyyyyyyyaaaaaawaaaaraaaa.

Pássaro sagrado: Irapuru - iiiiiiiiiraaaaaapuuuuuuruuuuu.

Anaconda ou cobra (segurança, flexibilidade): Jibóia - Jiiiiibóóóóóóiiiiiiiaaaaa.

Peixe (agressividade quando necessário): Pirain – Piiiiiiiraaaaaaaaiiiinnnnnn.

Cachorro selvagem (liberdade): Guaraxain - Gaaaaaraaaaaxaaaaaiiiiiinnnnn. Mantra da egrégora dos pajés, animais de poder, Deus/Deusa, Florestas, Matas, Sol, Lua etc.:

Katimbó. Pratique-o andando no lugar, batendo levemente os pés no chão e repetindo: Katimbó, Katimbó, Katimbó, Katimbó, Katimbó...

Os médiuns de escolas ligadas à natureza, como umbanda e candomblé, podem passar por incorporações de seres da natureza durante a prática mântrica.

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