A Ciência Ayurvédica XXX


Introdução

No capítulo XXIX, abordamos a estrutura e o conceito do elemento AMA, a matéria tóxica tanto no plano material, quanto no plano sutil. Como a mesma pode produzir doenças das mais diferentes espécies, em ambos os planos.

E o elemento AMA pode ser combatido e eliminado, tanto no plano físico quanto no plano sutil, por meio do uso e da aplicação dos óleos ayurvédicos medicinais. Isto, na função terapêutica, devidamente preparados de forma individual para cada caso, circunstância ou ocasião.

Pois na função propedêutica, tais óleos podem ser utilizados para outros tipos de finalidades.

A estas duas funções, dá-se o nome de Ritu charya, quando os óleos cumprem funções terapêuticas ou sazonais e Dina charya, quando os óleos cumprem funções propedêuticas ou funções de uso diário na proteção da boa saúde.

Desenvolvimento

Princípios terapêuticos das plantas medicinais

Os óleos ayurvédicos medicinais, são extraídos de plantas medicinais encontradas e pesquisadas na flora, e tais óleos conservam todos os princípios ativos, tanto terapêuticos quanto propedêuticos das mesmas após sua formulação. Os princípios são também conhecidos como potências.

Alguns textos clássicos sobre a Ciência Ayurvédica, classificam as plantas medicinais em quatro distintas categorias, mas não representam a unanimidade dos textos, são elas:

a) Rasa ou saborosa – sendo que existem seis sabores e cada um dos mesmos, tem diferentes princípios ou propriedades medicinais. O doce, que pode ser frio, pesado ou úmido, o ácido, que pode ser leve, quente ou úmido, o salgado, que pode ser pesado, quente ou úmido, o picante, que pode ser leve, quente ou seco, o amargo, que pode ser frio, leve ou seco, e o adstringente, que pode ser, frio, pesado u seco.

b) Vipak ou digestiva – sendo que o efeito de tais plantas, causa um processo de assimilação e digestão curativa ou preventiva.

c) Virya ou vigorosa – sendo que o efeito de tais plantas, via de regra é muito potente e rápido.

d) Prabhava ou potência especial – sendo que o efeito de tais plantas é sinérgico e complementar a q8ualquer uma das outras, inclusive potencializando mais ainda aquelas.

A seguir, uma lista parcial, mas importante, com os princípios ou propriedades das plantas medicinais:

Abortivas – como o próprio termo já indica, são plantas que devem ser evitadas na gestação. Entre outras; açafrão, agrião, aloe, arruda, boldo, buxo, cafeeira, cascara sagrada, losna, romãzeira, salsa, salvia, sene da índia e tanaceto.

Adstringente e cicatrizantes – são plantas que constringem cicatrizando e retirando a umidade de mucosas ou da pele. Entre outras; Alfazema, aloe, agrimônia, balsamo, camomila, cardo santo, carvão vegetal, cúrcuma, espinheira santa, eucalipto, hera terrestre, ipê roxo, limoeiro, malva e mirra.

Afrodisíacas – são plantas que estimulam a capacidade sexual e também fortalecem o organismo. Entre outras; alecrim, açafrão, baunilha, cálamo, caneleira, ceboleira, genciana, gengibreira, ginseng, hortelã pimenta, pimenteira do reino, sálvia e segurelha.

Anafrodisíacas – são plantas que desestimulam a capacidade sexual. Entre outras; alfaceira branca, canforeira, lírio d’água, lúpulo e sabugueiro bravo.

Anti diarréicas – são plantas que eliminam naturalmente diarréias, agindo de forma absorvente, adstringente, anti espasmódica ou anti séptica intestinal. Entre outras; amieira, castanheira, chá preto, cenoureira, gerânio, gravioleira, macieira, morangueiro, murta, tomilho e verbena.

Antibióticas – são plantas que possuem propriedades antibióticas. Entre outras; alho, bardana, cebola, drósera, pulsátila, rabanete, rábano e uva ursina.

Anti espasmódicas – são plantas que eliminam os espasmos dos órgãos geridos pelo sistema nervoso vegetativo, como os canais biliares e urinários, estômago, intestinos e útero. Entre outras; abeto, alfazema, angélica, anis estrelado, arruda, artemísia, avenca, camomila, cominho, erva cidreira, funcho, hortelã pimenta, limoeiro, loureiro, manjericão roxo, manjerona, maracujazeiro, orégano, poejo, pulsátila, sálvia, segurelha, tília, valeriana, verbasco, verbena e verônica macho.

Balsâmicas – são plantas de efeito balsâmico em todos os sistemas internos. Entre outras; alfazema, cipreste, copaíba, eucalipto, guáiaco, hipérico, manjerona e tomilho.

Bronco dilatadoras – são plantas que agem como bronco dilatadoras das estruturas do aparelho respiratório. Entre outras; assafétida, cânfora, éfedra, tussilagem e visnaga.

Calmantes – são plantas que acalmam a eletro somatologia nervosa. Entre outras; alfaceira, cidreira, gataria, laranjeira, lúpulo, maracujazeiro, melisseira, roseira branca, tília e valeriana.

Cicatrizantes – são plantas que cicatrizam as diferentes estruturas orgânicas. Entre outras; alecrim, babosa, bananeira, calêndula, cavalinha, cardo santo, guaçatonga, rubim e tanchagem.

Colagoas – são plantas que produzem a liberação da bílis contida na vesícula biliar para o duodeno. Entre outras; alcachofra, alecrim, artemísia, boldo, caçara sagrada, calêndula, cavalinha, dente de leão, fel da terra, genciana, graviola, hortelã pimenta, oliveira, rabanete e tília.

Coleréticas – são plantas que aumentam a quantidade da bílis contida no fígado. Entre outras; alcachofra, alecrim, artemísia, boldo, caçara sagrada, calêndula, cavalinha, dente de leão, fel da terra, genciana, graviola, hortelã pimenta, oliveira, rabanete e tília.

Observe-se acima, que são as mesmas plantas para duas funções chamadas complementares.

Depurativas ou sudoríparas – são plantas que através do suor ou da urina, ajudam na eliminação de elementos residuais em excesso que se encontram no sistema circulatório, causando alterações orgânicas incomodas. Entre outras; aloe, angélica, bardana, bétula, camomila, cara, inhame, lótus, manga, neem, sabugueiro e salsaparrilha.

Digestivas – são plantas reguladoras de digestão rápida. Entre outras; aloe, boldo, camomila, erva doce, hortelã e triphala ayurvédica composta por amlak, bibitak e haritak.

Digestivas – são plantas reguladoras de digestão lenta. Entre outras; aipo, alho, anis estrelado, anis azul, assafétida, ban chá, cardamomo, chá branco, chá verde, coentro, cominho, pimentas diversas com exceção da pimenta do reino.

Diuréticas – são plantas com diferentes propriedades terapêuticas. Entre outras;

- Clorúricas – são plantas de ação diurética de uso geral. Produzem a eliminação de água e de cloretos em excesso, tipo amônio, sódio, potássio. Entre outras; aipo, bétula, cafeeiro, cipreste, dente de leão, gálio, giesteira das vassouras, rainha do bosque, sete sangrias e uva ursina.

- Fosfatúricas ou oxálicas – são plantas que produzem a eliminação pela urina de fosfatos e oxalatos, que são os causadores diretos de cálculos e areias renais. Entre outras; alcachofra, bétula e cardo corredor.

- Natriuréticas ou sólidas – são plantas que produzem a eliminação dos excessos de sais sólidos, como o sal comum ou cloreto de sódio. Ricas em potássio e utilizadas de forma terapêutica em doenças como afecções cardíacas, edemas em geral, excesso de peso e hipertensão arterial. Entre outras; alcachofra, ananás, aspargos, bardana, cardo penteador, cavalinha, chapéu de couro, cebola, cenoura, estigmas de milho, feijoeiro, fumaria, grama, macieira, parietária, pulmonária, piteira, quaresmeira e salsa.   

- Uréicas – são plantas que eliminam os excessos de uréia, que junto com o ácido úrico é um dos resíduos de proteínas metabolizadas. Tais plantas diuréticas são usadas especialmente quando é constatada insuficiência renal. Entre outras; barosma e cana do reino.

- Úricas ou Uricossúricas – são plantas que eliminam ácido úrico em excesso diretamente pela urina. Tais plantas diuréticas são usadas especialmente como depurativas para a cura de doenças como gota ou artritismo de origem úrica. Entre outras; bétula, cana do reino, cardo penteador, cardo santo, dente de leão, morangueira, piteira e zimbro.

Eméticas – são plantas que causam vômitos para fins terapêuticos, como nos casos de envenenamentos, indigestão ou de intoxicação acidental. Entre outras; acaro, alcaçuz fitolaca, condurango e ipe cacuanha.

Estimulantes – são plantas que causam estímulos em todo o organismo. Entre outras; aipo, alecrim, alho, angélica, café, cardamomo, chá preto, gengibre, guaraná, ginseng, ginko biloba, manjericão, nabo, pimentas em geral com exceção da pimenta do reino, rabanete, salsa, salsão, salsinha, salvia e tomilho.

Expectorantes – são plantas que atuam de forma terapêutica nas vias respiratórias, causando a eliminação de catarros nas vias bronquiais. Entre outras; alteia, eucalipto, gengibre, guaco, lótus, malva, orégano, parietária, pulmonária, rabanete, salvia, tília e violeta.

Fortificantes – são plantas que de forma terapêutica ou propedêutica, fortalecem todo o organismo. Entre outras; acelga, acerola, agrião, alface, alfafa, alho, alho porro, almeirão, ashwagandha ou centelha asiática, bardana, beterraba, cara, catalonia, chicória, couve, dashamula, endívia, escarola, espinafre, feijões em geral, feno grego, inhame, lótus, mandioca, rúcula, salsa, salsão, salsinha, salvia e pimentas em geral, com exceção de pimenta do reino e populares e sazonais.

Galacta gogas – são plantas que de forma terapêutica ou propedêutica, ajudam a secreção do leite em mulheres que estão amamentando. Entre outras; alcavária, alface, angélica, anis verde, anis azul, arroz integral e arroz moti, cidreira, cominho, erva doce, escarola, galega, hortelã, melissa e urtiga maior.

Hemostáticas – São plantas que de forma terapêutica detém hemorragias, tanto em órgãos internos quanto nos externos. Entre outras; bolsa de pastor, broto de goiaba, cavalinha, cúrcuma, hamamélis, mil folhas, sanguinária maior, tanchagem e videira.

Hipotensoras – são plantas que de forma terapêutica ajudam a eliminar a hipotensão. Entre outras; alho, limão, sabugueiro e sete sangrias.

Laxantes – são plantas que de forma terapêutica ajudam a evacuação, sem efeitos colaterais no organismo. Entre outras; alfafa, ameixa preta, amor perfeito, aspargo, bago de laranja, bago de zimbro, beldroega, dente de leão, linhaça, malva, mamão, oliveira, papaia, rícino, sabugueiro, sene, uva preta e zaragatoa.

Narcóticas – são plantas que de forma terapêutica em casos de profunda necessidade e com a devida orientação, causam sono profundo. Entre outras; erva moura e extrato de maracujá.

Peitorais – são plantas que de forma terapêutica ou propedêutica, ajudam a eliminar sem efeitos colaterais, afecções do aparelho respiratório. Entre outras; alcaçuz, cebolas em geral, girassol, lótus em raiz, nabo e rabanete.

Purgativas ou purgantes – são plantas que de forma terapêutica e sem efeitos colaterais, aceleram o peristaltismo intestinal, com a seguida evacuação suave, porém conclusiva e aliviadora, quando dos casos de prisão de ventre prolongada ou de irritações do cólon. Caso ainda se observe algum tipo de dificuldade intestinal, deve-se buscar um diagnóstico clinico acompanhado dos devidos exames intestinais. Entre outras; aloe, cáscara sagrada, rícino e sene da Índia.

Vermifugas – são plantas que de forma terapêutica e sem efeitos colaterais, eliminam diferentes tipos de vermes que possam estar alojados nos intestinos. Entre outras; alho de diferentes espécies, cebola de diferentes espécies, erva de santa Maria, feto macho, quássia e sementes de abóbora.

Salicílicas – são plantas que de forma terapêutica e sem efeitos colaterais, podem ser utilizadas no lugar de analgésicos ou anti-dores. Entre outras; amor perfeito, calêndula, macieira, morango e pulmonária.

Sedativas - são plantas que de forma terapêutica e sem efeitos colaterais no organismo, eliminam alterações do sistema nervoso central e produzem um reequilíbrio geral do mesmo. Entre outras; alfazema, cálamo, erva cidreira, laranjeira, limoeiro, lúpulo, maracujá, tília, valeriana e verbena.

Pré conclusão

Especificamente, a idéia central deste capítulo foi dar as pessoas em geral ou mesmo a pesquisadores/as, estudiosos/as ou terapeutas, uma visão diferenciada das inúmeras possibilidades tanto terapêuticas quanto propedêuticas que as plantas propiciam. No verdadeiro sentido da realização da cura ou da manutenção da saúde de uma forma natural e harmoniosa.

 

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