Quando um filho pode desestabilizar o casamento
Texto e Fonte: Holding - Rodrigo Hernandes - 25 de novembro 2009
Na maioria das vezes, o nascimento de uma criança traz felicidades para o casal. Há quem ache que a presença de um bebê recupera um casamento desestabilizado e em crise. A psicoterapeuta Maura de Albanesi alerta que esta atitude é um erro, e recomenda que o ideal é esperar aproximadamente dois anos para que os recém-casados tenham certeza do desejo de ter filhos.
A chegada de um bebê pode trazer muitas dificuldades e desestabilizar a vida do casal. É complicado conciliar fraldas, mamadas e noites mal-dormidas com o tempo necessário para os pais se curtirem. Algumas vezes o nascimento do filho pode ser um divisor de águas; outras vezes pode ser o equilíbrio perfeito para a estabilidade da família. Como saber qual é a melhor decisão para o casamento?
É natural, por exemplo, que após o nascimento do bebê as tarefas se acumulem para as mulheres, por isso, talvez exista a necessidade de um período de adaptação e troca de experiências com outros casais. Muitas vezes alguns casamentos começam a ruir por conta da falta de tempo, de administração da esposa em relação aos outros assuntos do lar e cooperação do marido. O melhor caminho nesses casos é o diálogo.
Para um casamento que já está em crise, a situação é mais complicada. A psicoterapeuta e diretora do Instituto de Terapia Avançada AMO, Maura de Albanesi, afirma que, ao contrário do que muita gente pensa, a presença de uma criança não irá devolver a harmonia ao casal, mas, sim, uma terceira pessoa agravará mais a situação. A chegada de um bebê irá escancarar o desequilíbrio e a desunião do casal. Os pais vão até pensar que foi o filho quem trouxe os problemas. Entretanto, na verdade, o casal já tinha um problema, pois já estava desestruturado antes mesmo da gravidez, explica a psicoterapeuta.
A criança sente quando os pais estão em desarmonia e disputando poderes sobre ela, ou seja, a mãe quer que o filho faça uma coisa, o pai outra. Por isso, de forma alguma casal deve brigar na sua frente ou entrar em conflito de idéias. Deve-se ter esta conversa numa outra ocasião somente entre os dois. O filho precisa sentir que o casal é uma unidade, sem conflitos, caso contrário, ele vai utilizar esta desarmonia ao seu favor, com birras e mimos, explica a psicoterapeuta.
É importante também, escolher locais adequados para levar a criança. Em um restaurante, por exemplo, é muito difícil conter a criança na cadeira, pois ela não tem maturidade suficiente para se comportar e deixar os pais conversarem entre si ou com os demais da mesa. Os pais se sentem mal e não sabem o que fazer para controlar aquele filho que chora e esperneia; mas tem aqueles que não estão nem aí. A criança pode até se comportar no restaurante, a partir de uma determinada idade e desde que se tenha feito um treino em casa. Vamos fazer de conta que aqui é um restaurante. Você precisa se comportar assim para não atrapalhar as outras pessoas, explica a Dra. Maura.
O ciúme pode ser um outro aspecto que causa a instabilidade do casal. A mulher, quando se torna mãe, parece que esquece um pouco do papel de ser esposa, portanto, o homem pode se sentir excluído desta relação. Logo, surgem mais dúvidas entre o casal. Quem é mais importante? Marido? Filho? Normalmente a família que cria uma unidade consegue encontrar as respostas. Quase todos esses dissabores podem ser evitados se o casal estiver muito firme e seguro do papel de cada um junto ao filho. Desta maneira, ninguém vai se sentir excluído, mas sim incluído nesta relação. Nós dois somos seus pais e você faz parte desta família, diz Maura.
A Dra. Maura de Albanesi acredita que o ideal é ter o primeiro filho algum tempo depois da união (mais ou menos dois anos). Durante esse período, entre união e a chegada do bebê, o casal deveria aproveitar para se conhecer melhor, entender um ao outro, sair para se divertir, aproveitar a vida conjugal, viajar e buscar uma infra-estrutura para formar, enfim, a família, como planeja Paula Cristina e Marcelo Peres, casados há dois anos e três meses. Agora que estamos estabilizados financeiramente, já nós conhecemos bem e entramos na fase dos 30 anos, creio que este é o momento ideal para ter filhos. Por isso, vamos tentar o primeiro ainda neste ano, diz o casal.
Ter filho logo após o casamento é correr o risco de passar por dificuldades de relacionamento, já que uma criança requer atenção, mais gastos e restringe um pouco a liberdade, sobretudo, da mãe. Portanto, esta decisão deverá ser tomada com cuidado. Mas, quando as dúvidas são contundentes, a ajuda de um profissional pode ser decisiva para a correta escolha. Há casais que se uniram muito cedo; logo, nem eles mesmos têm uma formação completa das suas próprias convicções. Com certeza eles não se sentirão preparados para educar um filho. Algumas sessões de terapia vão fazer com que, de fato, cada um exponha o que espera da relação e do real desejo de ter ou não uma terceira pessoa inserida na família, completa Maura.
Diretora do Instituto de Psicologia Avançada AMO.
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